As atividades do 3º Ciclo de Saúde Mental, Serviço Social e Luta Antimanicomial, promovido pelo curso de Serviço Social da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), iniciam-se nesta terça-feira, 8 de maio, e seguem até o dia 10, nos Auditórios 411 e 412 do Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes (CCHLA), no campus I, em João Pessoa.

As inscrições são gratuitas e realizadas no local, nesse primeiro dia do evento, que é aberto à participação todos os interessados. A frequência dará direito direito a certificado de 20 horas/aula.

Através de mesas temáticas, de exposições orais e de debates com o público, a iniciativa pretende discutir a reforma psiquiátrica no Brasil e a importância da promoção da política de saúde mental e dos movimentos de luta antimanicomial no País, em um contexto de cortes e desmontes dos direitos sociais, sob as perspectivas da crise do capital, das reformas, dos golpes ao Estado democrático de direito e de suas implicações na área da saúde, sobretudo na de saúde mental.

Também serão avaliados os possíveis retrocessos no modelo hospitalocêntrico, apontados pelo modelo assistencial em saúde mental e pelas práticas substitutivas. Do mesmo modo, serão discutidas questões transversais na atenção à saúde mental das mulheres e de outras minorias políticas, a fim de contribuir para o processo de formação e de capacitação profissional em saúde mental.

Retrocessos

De acordo com a organização do ciclo, a saúde mental é um tema ainda envolto em preconceitos e tabus porque, historicamente, as pessoas em situação de sofrimento psíquico são excluídas, institucionalizadas e desumanizadas. Com a Lei nº 10.216/2001, conhecida como lei da reforma psiquiátrica, foram propostas formas mais humanizadas de atenção.

No entanto, segundo a coordenadora do evento, professora Elisângela de Oliveira Inácio, o Sistema Único de Saúde (SUS) e o cuidado antimanicomial vêm sofrendo ataques com medidas recentes, que têm a finalidade de privatizar serviços, restringir métodos de cuidado e favorecer a indústria da doença e da loucura.

“Esta já é a terceira vez que organizo o Ciclo. Ele foi criado por causa de duas datas importantes: 15 de maio, Dia do Assistente Social, e 18 de maio, Dia Nacional da Luta Antimanicomial. Neste ano, a mobilização precisa ser maior do que nunca, por causa dos ataques. Querem a volta dos manicômios, um retrocesso para a luta antimanicomial”, critica a docente.

A programação completa do 3º Ciclo de Saúde Mental, Serviço Social e Luta Antimanicomial pode ser conferida neste link.