Um estudo realizado em Portugal, de janeiro a abril deste ano, revelou que 76,4% dos professores do país apresentam sinais de esgotamento emocional. O problema é considerado mais grave entre 11,6% dos docentes, que atingiram níveis acentuados de desgaste, segundo a pesquisa “As Condições de Vida e Trabalho na Educação em Portugal”.
Por iniciativa do Grupo de Trabalho Carreira Docente do Sindicato dos Professores da UFPB (Adufpb), um estudo semelhante pode agora ser realizado na Paraíba. O sindicato está convidando outras entidades docentes que atuam no Estado para construir esse projeto, que tem como objetivo verificar as condições de trabalho da categoria em todos os níveis de ensino.
E, para dar início aos trabalhos, um dos organizadores do estudo estará na Paraíba esta semana e apresentará algumas das principais conclusões da pesquisa. Trata-se do professor Roberto Della Santa, docente da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e da Universidade Federal Fluminense (UFF) e investigador internacional do Observatório para as Condições de Vida em Lisboa (IHC/UNL/Lisboa).
Ele ministrará o Seminário “Precarização e desgaste na profissão docente”, organizado pelo GT Carreira da Adufpb. O evento ocorre nesta sexta-feira (30), no auditório do Sindicato dos Trabalhadores em Ensino Superior da Paraíba - Sintespb (localizado ao lado da Caixa Econômica, no Campus I da UFPB), a partir das 14h.
No seminário, Della Santa apresentará os principais resultados da pesquisa “As Condições de Vida e Trabalho na Educação em Portugal”, que analisou 18.420 questionários aplicados a docentes de ensino infantil, básico, médio e especial de todas as regiões portuguesas.
Os dados coletados ainda estão em estudo, mas as primeiras conclusões foram apresentadas durante o “II Encontro Internacional sobre o Desgaste na Profissão Docente”, realizado no dia 19 de outubro na Escola de Comunicação Social do Instituto Politécnico de Lisboa (IPL).
A pesquisa indicou que, entre os fatores determinantes relacionados ao esgotamento emocional dos professores, estão: o cansaço, a idade dos professores, a burocracia, a indisciplina em sala de aula, a hierarquia rígida e a falta de criatividade. De acordo com o relatório apresentado, a hipótese mais plausível para essa relação é a dissociação entre as expectativas de trabalho – com autonomia, criatividade e direitos laborais – e a real degradação progressiva das relações de trabalho e vida nas escolas, bem como o declínio das expectativas em relação ao futuro.
Contatos pelo telefone: (83) 3216-7388.