Unindo ensino, pesquisa e extensão, estudantes do curso de Engenharia Elétrica da UFPB, orientando alunos oriundos do ensino médio, desenvolveram o PetCare, um aplicativo que permite a alimentação e hidratação de animais domésticos, enquanto os donos viajam.
O projeto foi um dos ganhadores da Feira de Engenharia Elétrica, organizada pelo Programa de Educação Tutorial do curso (PET-Elétrica) no final de 2017. O trabalho também representou a UFPB na Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace) em março desse ano, realizada na Universidade de São Paulo (USP).
Lucas Lucena, aluno do 5º período de Engenharia Elétrica, foi um dos tutores do projeto. “Foi um momento de extrema alegria ver todo o trabalho que passamos, trocando o lazer pelos estudos e reuniões do projeto, as várias situações que tivemos que ir aos professores tirar dúvidas e ser eleito como um dos melhores projetos. Foi muito gratificante”, garante Lucena.
Sobre a experiência como tutor, Lucena também avalia como algo positivo para sua formação acadêmica. “Por ser uma experiência nova, fiquei um pouco receoso no início. Porém com o decorrer de reuniões e evoluções no protótipo, fui desenvolvendo uma autoestima e um amor pelo projeto, o que foi motivador para continuar o curso de uma forma mais empolgante”, relatou.
O PetCare é acionado via rede wifi por um aplicativo, no qual o usuário seleciona os horários e a quantidade, em gramas, de ração desejada. Já a hidratação é conectada diretamente à rede encanada e libera água no recipiente ao animal sempre que um sensor de nível percebe uma diminuição razoável no nível da água.
Novos alunos
Um dos objetivos da Feira de Engenharia Elétrica é incentivar alunos do Ensino Médio a se interessarem pelo curso de Engenharia Elétrica da UFPB e que esse passe a ser reconhecido pela sociedade. Organizada por alunos do PET-Elétrica, com recursos de edital do CNPq, o evento é uma das atividades extracurriculares realizadas pelo grupo e ocorre a cada biênio, desde 2011. O PET-Elétrica é coordenado pelos professores Nady Rocha e Euler Macêdo.
Apesar de não ter dados oficiais, Nady Rocha, que também coordena o Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica, conta que já é possível identificar, no corpo discente do curso, aqueles que participaram dos grupos apoiados pelo PET.
“Ainda não quantificamos isso em uma pesquisa, mas quando fazemos seleção do PET, perguntamos como conheceu o curso e qual foi a motivação para escolhê-lo. Nesses dois últimos anos, já temos alunos que vieram porque já participaram ou visitaram a feira”, aponta Rocha. O professor diz, ainda, que conseguir sistematizar esses dados é uma das intenções do grupo.
Trabalho conjunto
Para o desenvolvimento dos projetos, estudantes dos diversos períodos de Engenharia Elétrica orientam os de ensino médio, assim como recebem orientação de equipe técnica formada por professores da UFPB e do Instituto Federal da Paraíba (IFPB). A última feira teve a participação de 60 alunos de graduação e de cerca de cem alunos de Ensino Médio, oriundos de nove escolas públicas e privadas da Paraíba. Ao todo, foram apresentados 28 projetos, atingindo cerca de 1500 pessoas.
“Quando começam os preparativos para a Feira, primeiro visitamos as escolas e são os alunos, em grupos de até três pessoas, que propõem a ideia do projeto. Essas ideias passam pelo comitê técnico que vai lapidá-las para ver o que é possível de ser desenvolvido”, explica Rocha. Paralelo a isso, também é realizada a divulgação junto aos alunos da UFPB para que se inscrevam como monitores. Eles assumem a tutoria dos grupos, por afinidade.
Os encontros dos alunos orientados com os tutores e professores orientadores ocorrem, de acordo com um cronograma estabelecido, na própria Universidade, sempre aos fins de semana. “A primeira parte é a pesquisa bibliográfica, para que eles pesquisem como podem desenvolver o projeto. Eles apresentam essa pesquisa para a equipe técnica, assim como uma lista de materiais que serão utilizados”, conta Rocha.
A cada encontro, os grupos devem apresentar evoluções em seus projetos. Assim, uma semana antes do início do evento, todos os protótipos devem estar prontos. Rocha conta que o grupo já está se preparando para a realização da Feira de Engenharia Elétrica em 2019.