CEAR/UFPB desenvolve primeiro carro elétrico de competição do Norte e Nordeste

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Alunos e professores do Centro de Energias Alternativas e Renováveis (CEAR) da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) lançaram, na tarde de 24 de novembro, o primeiro carro de corrida, do tipo monoposto, movido a energia elétrica do Norte/Nordeste.

 

A apresentação foi feita no Auditório da Reitoria pelo diretor e pelo vice-diretor do CEAR, Zaqueu Ernesto da Silva e Euler Cássio Tavares de Macêdo, respectivamente, na presença da reitora Margareth Diniz, com exposição do veículo no hall da entrada do prédio da reitoria, no campus de João Pessoa.

 

O professor Euler Macêdo, que coordena o projeto Fórmula-E UFPB, explicou que o objetivo é construir um veículo elétrico de alto desempenho, para um público potencial de pilotos amadores de corrida, a ser avaliado na Fórmula SAE - competição entre equipes de estudantes de graduação e pós-graduação de todo o mundo. A equipe da UFPB é multidisciplinar, envolvendo alunos de diversos cursos, entre eles, Engenharia Elétrica, Energias Renováveis, Engenharia Mecânica, Engenharia de Produção e Mídias Digitais.

 

O protótipo desenvolvido pelo Fórmula-E UFPB foi apelidado de Carcará, em referência à ave, comum no Brasil, caracterizada por sua resistência e o voo rápido e certeiro. Por ser um veículo movido a eletricidade, o Carcará não emite CO2, um dos gases causadores do efeito estufa, que leva ao aquecimento global.

 

“Diversos países, principalmente da Europa, têm data para o fim da produção de veículos movidos a combustível fóssil. Embora nossa realidade seja bastante diferente da de universidades brasileiras do eixo Rio-São Paulo no que se refere a orçamento, temos nos destacado sobretudo por conta do esforço dos alunos e do apoio institucional da UFPB - do pessoal da garagem ao gabinete da reitoria”, reconheceu o professor Euler, na cerimônia de lançamento.

 

“Nós nunca recusamos uma boa ideia”, disse a reitora Margareth Diniz. A gestora parabenizou os estudantes e o docente pela iniciativa, destacando que “apesar da crise, o jovem professor Euler Macêdo tem viabilizado parcerias para não deixar seus projetos parados. Espero que o novo prédio do CEAR saia logo do papel para que a gente ofereça infraestrutura melhor, a fim de dar mais condições a empreendimentos como este”.

 

 

Teste

 

O Carcará vem sendo desenvolvido desde 2014, sob a coordenação do professor Euler, do Departamento de Engenharia Elétrica (DEE/CEAR), e passou pelo primeiro teste na competição Fórmula SAE Brasil. O evento, promovido anualmente pela Sociedade de Engenheiros Automotivos do Brasil, foi realizado, nessa edição, no período de 30 de novembro a 3 de dezembro, no Esporte Clube Piracicabano de Automobilismo (ECPA), em Piracicaba, no interior de São Paulo.

 

A equipe da UFPB concorreu com dois carros. O tradicional veículo movido a combustão, primeiro carro desenvolvido pelo CEAR, foi impossibilitado de competir por falha no sistema de freios. Já o veículo elétrico teve um incidente que danificou a parte elétrica. Embora o reparo tenha sido feito a tempo, não foi possível, à organização, realizar a inspeção em tempo hábil para que o Carcará pudesse prosseguir na competição.

 

Na categoria Fórmula E (elétrico), estavam inscritas 15 universidades, tendo a UFPB como única representante das regiões Norte e Nordeste. Em 2016, a equipe ficou em 9º lugar geral e na 2ª posição da categoria Estática, na qual que é necessário apresentar somente o projeto, sem o protótipo materializado.

 

De volta da competição, a equipe planeja desenvolver novos projetos, entre eles, um sistema de inteligência artificial para prever a carga das baterias do carro, e a produção de um veículo autônomo, que não necessita de condutor.

 

 

Potência e design inovador

 

Segundo o professor Euler Macêdo, o Carcará foi projetado para alcançar a velocidade de zero a 100 km/h em três segundos. A autonomia de suas baterias é de 45 km. “O torque do motor do protótipo é maior do que o de um Camaro, coupê esportivo de porte médio da Chevrolet. Só que o Camaro pesa quase duas toneladas, enquanto o Carcará pesa 300 kg, incluindo o piloto”, complementa.

 

Para viabilizar a construção do protótipo, a equipe contou com o apoio da UFPB, que forneceu os itens mais caros, como o motor e as baterias. Além disso, os alunos fizeram “vaquinha” virtual para baratear o custo e trabalharam com materiais regionais, entre eles fibra de coco, sisal e bambu, para garantir mais resistência e o design inovador.

 

Os estudantes também realizaram estudos na área de ergonomia para que o piloto ficasse o mais confortável possível no veículo. O piloto que comandou o Carcará na prova de Piracicaba foi o aluno do 5º período do curso de Engenharia Elétrica e integrante do projeto Sammuel Arruda.

Fonte: 
ACS | Pedro Paz, com fotografia de José Freire.
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