A composição da comunidade universitária da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) aponta para a equidade de gênero. De acordo com dados da Pró-reitoria de Graduação (PRG), referentes ao período letivo de 2018.2, que está em curso, a instituição tem, hoje, 15.978 (51%) estudantes do sexo masculino e 15.775 (49%) do sexo feminino.
Além disso, há 1.309 (51%) docentes do sexo masculino e 1.303 do sexo feminino (49%); e 1.740 (52%) servidores técnico-administrativos e 1.672 (48%) técnico-administrativas.
Cursos de profissões consideradas tradicionalmente masculinas também demonstram tendência para igualdade de gênero. Segundo o levantamento da PRG, 58% dos alunos do Centro de Ciências Sociais Aplicadas são mulheres.
Os outros Centros de Ensino acompanham esse movimento: Centro de Tecnologia (39%); Centro de Ciências Jurídicas (44%), Centro de Ciências Médicas (43%) e Centro de Ciências Agrárias (40%). O Centro de Informática destoa um pouco (18%).
Cursos de profissões consideradas tradicionalmente femininas, principalmente as licenciaturas, demonstram presença masculina. O Centro de Educação apresenta 86% de estudantes do sexo feminino e 14% do masculino. Já os alunos do Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes são 65% mulheres. O Centro de Comunicação, Turismo e Artes, 56%.
Na modalidade de Ensino a Distância (EAD), 58% dos estudantes são mulheres, evidenciando, assim, o interesse dos homens pela licenciatura, considerando que, dos 11 cursos ofertados, apenas o de Gestão Pública é bacharelado.
Para a pró-reitora de graduação Ariane Sá, em um contexto de mudança de mentalidade sobre papéis de gênero, é importante ressaltar as atribuições da escola e da universidade na educação e na complementação da formação cidadã da criança e do jovem, que deve ser de responsabilidade da família, mas que pode e deve ser compartilhada com os educadores.
“Por isso a importância em tratar de temas como gênero, diversidade social e sexual. Refletir sobre esses assuntos não é doutrinar, ao contrário, é possibilitar que essas discussões sejam realizadas por profissionais qualificados para tratar cientificamente de temas de difícil abordagem.”, defende.
Para a gestora, a diferença tem que ser incorporada na rotina social da forma mais tranquila possível e essas reflexões coordenadas por educadores que ajudam a ver o diferente de forma inclusiva e com serenidade.
“Em particular, a UFPB tem realizado eventos científicos e culturais e possui significativos grupos de extensão e de pesquisas sobre equidade de gênero, que têm contribuído de forma incisiva na formação de profissionais qualificados tecnicamente. Certamente, eles exercerão, com mais sensibilidade, seus papeis de cidadãs e cidadãos conscientes da importância de reconhecer na diferença de gênero a necessidade de compartilhar um mundo melhor.”
História
Segundo Ariane Sá, que também é historiadora, a luta pela equidade de gênero remonta o final do século XIX e começo do século XX, quando as mulheres iniciaram movimentos nos Estados Unidos e na Europa pelo sufrágio igualitário.
“Em um evento da Internacional Socialista, ocorrido em 1910, em Copenhagen, na Dinamarca, foi aprovada a moção de instituição de um Dia Internacional da Mulher, com o objetivo de realizar eventos pelo mundo afora que tratassem de uma agenda sobre os direitos de votar e de ser votada e o fim da discriminação no trabalho.”, conta.
Estes eventos e os avanços das conquistas sociais do movimento feminista, conforme a docente, possibilitaram momentos de enfrentamentos por conquistas sociais, políticas e econômicas das mulheres e trouxeram para a sociedade importantes reflexões sobre as vivências de novas masculinidades.
Essa tendência pela equidade de gênero deve-se, de acordo com Ariana Sá. “à luta e à conquista das mulheres por espaços de compartilhamento com os homens no mundo do trabalho, da política e do convívio social.”
Confira, abaixo, gráfico com a composição de estudantes por gênero, em cada Centro de Ensino da UFPB: