“Não há qualquer indício de que tal prática de apologia ao estupro tenha ocorrido no âmbito do Centro de Tecnologia, muito menos prova efetiva de sua ocorrência durante o trote promovido por uma turma de Engenharia Química, pois até mesmo as datas indicadas na denúncia do suposto caso – como bem define a matéria publicada na imprensa, suposto, hipotético – são diferentes: o ato se verificou na sexta-feira (15/7), enquanto que o evento de nossos alunos e alunas se deu na segunda-feira (18/7)”.
Assim reagiu o professor Antônio de Mello Villar, diretor do Centro de Tecnologia (CT) da UFPB, sobre o que chamou de “denúncia carente de comprovação” notícia publicada em um dos portais da Internet dando conta da questão. Ele confirma a reunião que teve com membros da Comissão de Direitos Humanos da instituição, mais o coordenador do curso de graduação em Engenharia Química e, num primeiro momento, ficou acertada a realização de uma palestra para orientar a comunidade universitária sobre os perigos desse tipo de conduta.
Mas logo depois de encerrado o encontro, os membros da Comissão retornaram à sua sala e solicitaram verbalmente a instauração de uma sindicância para apurar os fatos. “Na ocasião, solicitei a eles que formalizassem por escrito o pedido de investigação dos fatos”, disse.
Só que diante dos testemunhos do coordenador do curso e do presidente do Centro Acadêmico da graduação, em relação à diferença das datas, “a necessidade de sindicância perdeu o sentido, pois há inclusive a possibilidade desse ato ter sido planejado fora dos limites do campus. Alguém teria confeccionado a placa e, aproveitando os trotes, inserido na área da UFPB em João Pessoa”, acrescentou o diretor do CT.
Ainda segundo o professor Antônio Villar, direção e comunidade universitária do Centro deploram e abominam tal prática, “que deve ser combatida em todos os níveis da convivência humana. Não aceitamos e seremos os primeiros a denunciar e a exigir medidas punitivas contra quem assim proceder no nosso meio ou em qualquer lugar”, observou.
Já a Coordenação do Curso de Engenharia Química do CT divulgou nota formalizando seu repúdio à prática difundida no último dia 15 de julho, relacionada à apologia ao estupro. “Somos totalmente contra qualquer ato que denigra de forma física, moral e psicológica ao ser humano e nos solidarizamos com as pessoas que passam por esses atos degradantes”, diz a nota.
Diante do sensacionalismo e a pressa de divulgar informações sequer apuradas, até porque nem todas as partes interessadas foram ouvidas, a Coordenação igualmente repudia “as notas que circulam em meios de comunicação que conectam discentes do curso de Engenharia Química a esses fatos deploráveis”, também se reportando à data de realização do trote dessa turma, ou seja, 18 de julho do ano em curso. “Acreditamos que a verdade virá à tona e quem realizou tais atos seja responsabilizado”, conclui o documento.