Uma semana inteira para aprender sobre os cuidados com a voz. Esse é um dos objetivos da Semana da Voz, evento coordenado pela professora Anna Alice de Almeida, do Departamento de Fonoaudiologia da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), em alusão ao Dia Mundial da Voz, celebrado em 16 de abril.
Entre os dias 16 e 20 desse mês, escolas, hospitais e outros espaços de saúde de João Pessoa, assim como o Centro Integrado de Operações Policiais (Ciope), receberão a visita de professores e alunos do curso de Fonoaudiologia para oficinas e palestras. No encerramento, o evento científico "Interfaces e Ciência", reunirá, no auditório do Complexo de Fonoaudiologia e Terapia Ocupacional, palestrantes de renome, como os professores doutores Mara Behlau (CEV/São Paulo), Geová Amorim (Ufal/Maceió), Elma Heitman (Ufes/Vitória) e Patrícia Balata (IRH/Recife), além da cantora Natália Bellar (ex-The Voice). As inscrições para esse evento estão encerradas.
Durante a semana, pela manhã, será realizada, na Clínica-Escola de Fonoaudiologia da UFPB, uma triagem com pessoas que, de alguma maneira, se sintam incomodadas com sua voz. Não é necessário agendar horário. As ações da Semana da Voz devem atingir cerca de 1.500 pessoas. “O que pretendemos é prevenir os distúrbios da voz, promover a saúde vocal e detectar o câncer de laringe”, afirma Ana Alice Figueiredo.
A professora explica, ainda, que o Laboratório Integrado de Estudos da Voz (Liev), do Departamento de Fonoaudiologia, tem sido destaque na realização de atividades em alusão ao Dia Mundial da Voz. “Fomos campeões nacionais em 2015 e ficamos em 2º lugar em 2016 na avaliação da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia (SBFa), que seleciona campanhas de grande impacto, abrangência e criatividade em saúde vocal junto à população da região”, relata.
O coordenador nacional da campanha e também coordenador da área de voz do departamento, professor Leonardo Lopes, afirma que as pessoas atendidas durante a semana receberão tratamento conforme sua especificidade: “as que estiverem com algum risco serão encaminhadas para realizar gratuitamente exames de laringe e daí partiremos para o diagnóstico”. Os exames serão feitos em convênio com clínicas particulares e com o Hospital Universitário Lauro Wanderley (HULW).
Problemas
Sintomas como rouquidão por mais de 15 dias, tosse e dores persistentes, além de falhas e até perda da voz, são alguns dos indícios de que algo pode estar errado com a saúde vocal, esclarece Ana Alice. Professores e operadores de telemarketing estão entre os grupos mais suscetíveis a desenvolver problemas ligados à voz devido às características de seu trabalho.
Leonardo Lopes diz que os problemas mais recorrentes estão ligados aos nódulos vocais, conhecidos popularmente como “calos vocais”. Segundo ele, isso acontece por uma sobrecarga e mau uso da voz, predominantemente em mulheres. “Elas têm uma predisposição fisiológica porque suas cordas vocais não fecham como as dos homens, provocando lesões”, sintetiza. Outro fator apontado por Lopes é a alteração da voz causada por problemas como refluxo gastroesofágico.
Serviço
Funcionando desde 2012, a Clínica-Escola de Fonoaudiologia da UFPB já atendeu mais de 1.300 pacientes, conta Lopes. Todas as sextas-feiras, pela manhã, a Clínica recebe pessoas que chegam pela primeira vez ao serviço. Pode-se agendar a consulta pelo telefone (83) 3216 7926 ou ir pessoalmente ao local, que funciona no prédio de Fonoaudiologia do Centro de Ciências da Saúde (CCS), no campus I da universidade.
De acordo com o resultado da triagem, o paciente poderá ser encaminhado para tratamento individual, caso apresente alguma doença relacionada à voz. Além disso, profissionais como atores, jornalistas, locutores e outros, que não possuem queixa específica, mas que querem melhorar sua voz, dicção ou sotaque também poderão ser atendidos pela Clínica.