Dom José é Doutor Honoris Causa da UFPB

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Auditório repleto, emoção, palmas..., muitas palmas. Foi assim a solenidade de outorga do Título de Doutor Honoris Causa ao Arcebispo Emérito da Paraíba, Dom José Maria Pires, na noite desta quarta-feira (26).

Autoridades judiciais, políticas, eclesiásticas e acadêmicas compuseram, ao lado de professores, alunos, funcionários e jornalistas, a plateia que compôs o cenário formado no Auditório da Reitoria da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) para homenagear com o mais alto título daquela instituição aquele que, durante 29 anos pontuou nas lutas em favor do povo paraibano.

 

O Título de Doutor Honoris Causa a Dom José Maria Pires foi uma propositura da professora e pesquisadora Maria do Socorro Xavier, ligada ao Programa de Pós-Graduação em Educação com linha de Pesquisa em Educação e Movimentos Sociais, que fez a saudação inicial ao homenageado, expondo as motivações que a levaram a sugerir a outorga do título, logo após a leitura do Termo de Aceite do Título por parte da Reitora Margareth Diniz, e da aceitação do Título por parte do Arcebispo Emérito.

 

Já com as vestes talares doutorais e com o Título de Doutor Honoris Causa, Dom José Maria Pires emocionou a plateia ao agradecer a honraria que lhe era prestada por uma das mais importantes Universidades Federais do Brasil, colocando muito mais como bondade da instituição do que merecimento seu o título que recebia naquele momento, exteriorizando sua reconhecida humildade.

 

Ao fim, coube à Magnífica Reitora da UFPB, Margareth Diniz, saudá-lo pelo merecido diploma e parabenizar a universidade pela feliz iniciativa em prestar uma justa homenagem ‘a quem tantos serviços prestou à Paraíba e aos paraibanos’, registrou.

 

Como registra Sampaio Geraldo Lopes Ribeiro, organizador do livro “Dom José Maria Pires – Doutor Honoris Causa da Universidade Federal da Paraíba”, Dom José ‘É pacifico e pacificador, que sorri sempre, até quando contesta; é paraibano nascido em Minas Gerais.’

 

Além da Reitora da UFPB, compuseram a mesa dos trabalhos o Arcebispo da Paraíba, Dom Aldo de Cillo Pagotto, a Secretária Estadual do Desenvolvimento Humano, Cida Ramos (representando o Governador do Estado, Ricardo Coutinho), o Secretário Municipal de Segurança Pública, Geraldo Amorim (representando o Prefeito de João Pessoa, Luciano Cartaxo), o professor Wilson Aragão (representando todos os Diretores de Centro da UFPB), o Presidente da Associação dos Docentes da Universidade Federal da Paraíba (Aduf), professor Jaldes Menezes, o Presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Ensino Superior da Paraíba (Sintesp), Severino Ramos, e a estudante Denise de Sousa Ferreira, representando o corpo discente da instituição. 

 

Dom José

José Maria Pires nasceu no dia 15 de março de 1919 em Córregos (MG), filho de Eleutério Augusto Pires e Pedrelina Maria de Jesus. Foi ordenado presbítero no dia 20 de dezembro de 1941, em Diamantina (MG). No dia 25 de maio de 1957 recebeu a nomeação episcopal, e a sagração ocorreu no dia 22 de setembro de 1957, em Diamantina. Dom José foi Arcebispo da Paraíba de 1966 a 1995. Seu lema é: “Scientiam Salutis” (A Ciência da Salvação).

 

É formado em Teologia e Filosofia pelo Seminário de Diamantina (MG), cursos que realizou entre 1936 e 1941. Antes de ser bispo Dom José foi pároco de Açucena-MG (1943-1946); diretor do Colégio Ibituruna em Governador Valadares-MG (1946-1953); missionário diocesano (1953-1955); e pároco de Curvelo-MG (1956-1957).

 

Atuou como bispo em Araçuaí-MG (1957-1965), de onde veio para ser arcebispo da Paraíba (1966-1995). Foi também membro da Comissão Central da CNBB; presidente da Comissão Episcopal Regional-NE 2; aposentou-se e voltou a ser pároco de Córregos e Santo Antônio do Norte desde 1995, lá dedicando-se também a um projeto de geração de renda para centenas de famílias carentes na sua terra natal.

 

Dom José Maria Pires teve uma inestimável atuação na época da Ditadura Militar na qualidade de Arcebispo, onde desenvolveu um trabalho pautado na conjunção da atividade religiosa com a defesa dos direitos humanos, fazendo assim da religião um meio para educar com vistas à mudança social.

 

O Arcebispo Emérito da Paraíba teve uma valiosa contribuição apoiando ativamente os conflitos pela terra na Paraíba, como em Gurugi, Barra de Gramame, Tambaba, Capim Açu, Mata de Grapu, Alagamar, Camucim, Mucatu, Lameido, defendendo camponeses de perseguições.

 

Por fim, Dom José lutou contra a discriminação e o racismo, animando e inspirando padres, religiosas e agentes de pastorais a assumirem seu papel na sociedade e na igreja e incentivou a organização e a luta dos afro-brasileiros.  

 

Fonte: 
Ascom - Reitoria(Fernando Caldeira / Jéssica Azevedo - estagiária)