Estudante de Artes Visuais da UFPB expõe “Eu era moderno”

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Obras de Bertrand Martins, em cartaz até o dia 25 de abril, na Galeria Nivalson Miranda, no Centro de João Pessoa, mostram a transformação do lixo em arte

 

Está em cartaz até o dia 25 de abril, na Galeria de Exposições Temporárias Nivalson Miranda, a exposição “Eu era moderno”, do artista plástico Bertrand Martins, estudante do curso de Artes Visuais da Universidade Federal da Paraíba. São 13 obras compostas por objetos que seriam descartados após uma reforma no Edifício José Simeão Leal, concluída em 2013. Com entrada franca, a exposição é aberta ao público de segunda a sexta das 8h às 16h. A galeria está localizada na Rua Barão do Abihay, nº 73, Centro, João Pessoa.

 

Segundo Bertrand Martins, a transformação em arte para o que seria descartado como lixo se deu a partir da proposta de fazer uma crítica à sociedade de consumo e provocar no público a reflexão a respeito da obsolência dos objetos encontrados nas edificações modernas. “Os materiais usados nessas construções foram programados pra ter uma durabilidade curta e isso também está se propagando para bens que deveriam ser duráveis. Durante a reforma do prédio, muitos objetos obsoletos foram descartados e rebaixados à categoria de lixo. A minha proposta foi reconfigurar todos esses elementos e reinseri-los no edifício com um novo significado”, disse o artista.

 

Bertrand, também como autor do projeto de revitalização do prédio, conta como surgiu a ideia de produzir suas obras de arte. “Como estava o tempo todo presente durante a reforma, comecei a coletar os objetos de uma beleza ímpar, que seriam jogados fora, e a princípio, não teriam nenhuma função. Nesse momento, eu estava estudando arte contemporânea e vi a oportunidade de fazer um projeto poético em cima desses resíduos”.

 

Memórias

 

“Eu era moderno” é composta por 13 painéis tridimensionais e sete esculturas.  Entre os objetos presentes nas composições artísticas estão tubulações, azulejos, piso de taco, relógio, porta chaves e uma máquina de datilografia. Através das memórias do que eles foram um dia, as obras reforçam o sentimento de pertencimento e sensibilizam os funcionários que, por muitos anos, conviveram com esses objetos.

 

As obras são fruto de uma pesquisa realizada durante os quatro anos que Bertrand cursou Artes Visuais na Universidade Federal da Paraíba e serão apresentadas como seu trabalho de conclusão de curso. O orientador e artista plástico José Rufino acredita que Bertrand conseguiu fundir seu trabalho no INSS com o interesse estético. “Junto a isso, nós fomos construindo no curso, muito por conta dele mesmo, eu apenas costurei algumas ideias para que o trabalho canalizasse”, destacou.

 

Parte das obras será doada para o INSS e irão compor o acervo do primeiro Museu da Previdência Social, que será sediado em João Pessoa. Informações pelo telefone (83)3216-2151. 

Fonte: 
Agência de Notícias da UFPB - Com assessoria
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