HU pretende implantar novo exame cardíaco na Paraíba

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 A UFPB contará, a partir de junho, do método criado pelo cardiologista Valério Vasconcelos, caracterizado por ser não-invasivo, de baixo custo e grande utilidade

 

O cardiologista Valério Marcelo Vasconcelos do Nascimento, diretor médico adjunto e servidor técnico-administrativo lotado no Hospital Universitário Lauro Wanderley (HULW), da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) participa no período de 8 a 10 de março do XVII Congresso Mundial de Ecocardiografia e Técnicas Aliadas, que será realizado em São Paulo. O médico ministrará no evento uma palestra sobre o tema Two Positive Stress Echo with Different Prognosis (Dois Ecocardiogramas sob Estresse Positivo com Prognósticos Diferentes). 

 

O médico Valério Vasconcelos terá a oportunidade de discutir internacionalmente, como convidado, juntamente com os principais especialistas do mundo no assunto, um método de exame cardíaco, não-invasivo, com boa relação custo-eficácia, que ajuda a enxergar com precisão o local onde poderá acontecer o infarto. Esse teste cardíaco é chamado de Ecocardiografia sob Estresse Farmacológico (EEF) eé fruto da pesquisa da qual o médico Valério tem se dedicado ao longo dos anos. O cardiologista era um dos responsáveis pela realização do exame no Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo e publicará um capítulo sobre o método no Primeiro Tratado de Ecocardiografia da Sociedade Brasileira de Cardiologia, que será lançado durante o evento.

 

Sendo referência internacional no estudo da Ecocardiografia sob Estresse Farmacológico e pesquisador do Instituto do Coração (Incor) em São Paulo, Valério Vasconcelos pretende implantar no Hospital Universitário Lauro Wanderley um protocolo para a realização, a partir de junho, deste tipo de exame. “Esta é uma medida de grande impacto na rede pública de saúde da Paraíba e que irá contribuir para o engrandecimento da cardiologia no nosso estado”.

 

Para esta finalidade, o HULW adquiriu recentemente seis aparelhos, habilitados com o aplicativo de informática necessário para a realização do ecocardiograma sob estresse, no valor de R$ 57.690,00 cada um.

 

A importância deste tipo de exame

O EEF é um exame não invasivo, relativamente de baixo custo, utilizado com bom índice de precisão para a detecção de doença arterial coronariana (DAC) significativa em pacientes que apresentam possibilidade considerada alta ou média de ter a doença.

 

A doença arterial coronária (DAC) é um tipo de doença do coração, causada pelo bloqueio gradual das artérias coronárias por placas de gordura formadas dentro delas. O avanço deste processo de obstrução das artérias aumenta o risco de ataque cardíaco e morte súbita. 

 

Segundo o médico e pesquisador Valério Vasconcelos, a doença arterial coronariana (DAC) tornou-se a principal causa de morte no mundo industrializado, aumentando sua incidência entre as pessoas mais idosas. No Brasil, segundo dados do Ministério da Saúde, ela é responsável por, aproximadamente, um milhão de internações e por 25% das mortes ocorridas anualmente, o que torna de extrema necessidade o diagnóstico e o tratamento precoces.

 

Nos últimos anos, o avanço tecnológico e terapêutico tem trazido um impacto positivo na redução da mortalidade e morbidade da doença. Um deles é o uso da Ecocardiografia sob Estresse Farmacológico (EEF). O método consiste na simulação, através do uso de medicamentos, de um aumento do trabalho cardíaco, com o propósito de identificar falhas no funcionamento do coração, não apresentadas quando o órgão encontra-se em repouso. Este efeito pode ser alcançado também através da realização de exercícios físicos (teste ergométrico), no entanto, 42% dos pacientes com doença arterial coronária não possuem condições de realizá-los. Além disso, outra vantagem do ecocardiograma sobre o teste ergométrico é sua maior sensibilidade diagnóstica.

 

O termo estresse significa que o coração será submetido a um teste provocativo de isquemia, ou seja, terá que trabalhar com mais força e rapidez, como se o paciente tivesse que fazer um grande esforço físico. Segundo o médico Valério, o EEF é um exame muito útil, seguro, preciso e de extrema importância em muitas situações, inclusive para avaliar, muitas vezes, se há necessidade da realização de cateterismo ou não e até mesmo evitando que o paciente seja submetido a uma cirurgia cardíaca em algumas ocasiões.

 

Ainda segundo o médico, do ponto de vista econômico, é um exame que tem uma relação custo/benefício extremamente favorável. “Estudos em diferentes centros do mundo mostram que a ecocardiografia com estresse farmacológico fornece rápidas e importantes informações na detecção de isquemia e/ou viabilidade miocárdica, e sua credibilidade como método diagnóstico seguro e eficaz consolidou-se com a realização de estudos multicêntricos de larga escala (EPIC/EDIC)”.

 

Currículo

Valério Vasconcelos graduou-se em Medicina pela UFPB em 1994; realizou residências médicas em Clínica Médica, UTI, Cardiologia e Ecodopplercardiografia Adulto; especializou-se em Ecocardiografia sob Stress Farmacológico.

 

Atualmente é médico pesquisador do Serviço de Ecocardiografia do Instituto do Coração da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (Incor/FMUSP), onde realiza seu doutorado em Ecocardiografia. É médico assistente do Serviço de Ecocardiografia e diretor médico-assistencial adjunto do Hospital Universitário (UFPB).

Fonte: 
Agência de Notícias da UFPB - Com informações da Ascom do HU
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