Mulheres encenam vida de menina judia que sobreviveu ao Holocausto

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Como uma menina de 12 anos sobreviveu ao holocausto? Todas as emoções de Helga Weiss, a judia que foi levada ao campo de concentração nazista, na Segunda Guerra Mundial, são revividas por nove mulheres, durante a encenação “O Diário de Helga”, que vai ser realizada neste sábado (06) e domingo (07), às 20h, no casarão do Centro Cultural Piollin, ao lado da Bica, em João Pessoa. A direção é de Marcelo Marques Teixeira, com realização do Grupo Graxa de Teatro. A entrada é gratuita.

 

“Com a idade, a pessoa retorna cada vez mais ao passado. Para minha surpresa, descubro agora que jamais o deixei”, escreveu Helga, em 2012, no prefácio de “Diário de Helga”, sessenta anos depois de deixar o campo de concentração. Esse relato, emocionante da escritora começa em 1938, em forma de diário, quando descreve a ocupação alemã na Tchecoslováquia, onde vivia com os pais, registra a deportação para Terezín, além dos momentos difíceis da experiência em mais três campos de concentração, onde ficou até o ano de 1945.

 

Segundo Marcelo Marques Teixeira, a adaptação de “O Diário de Helga” para o teatro é resultante de um trabalho cênico que ele coordenou, realizado através da oficina “Da técnica à improvisação”, e que envolveu atores e não atores, em um período de três meses. Esse projeto, que foi realizado na sede do Grupo Graxa de Teatro, localizado no Centro Cultural Piollin, teve uma carga horária de quarenta e duas horas, em doze encontros de pura vivência e de trabalho intenso.

 

A oficina teve o propósito de relacionar os procedimentos técnicos, elementares para o oficio do ator e do não-ator, com a improvisação do corpo-mente-voz, buscando, assim, uma melhor organicidade corporal.

 

Liberdade criativa

 

Segundo ele, a obra de Helga Weiss foi essencial para a culminância da oficina, principalmente porque a oficina foi fundamentada através das práticas modernas de encenação. “Não se segue o textocentrismo e, muito menos, a regra aristotélica das três unidades”, observou Marcelo Teixeira. Dessa forma, conforme ressaltou, o ator possui a liberdade de desenvolver e criar seu próprio contexto, a partir da codificação corporal elaborada por ele. Assim, é dada ao espectador a oportunidade de preencher as possíveis e propositais lacunas do experimento com as suas tão ricas lembranças, experiências ou memórias pessoais.

 

As nove mulheres que encenarão a trajetória de Helga Weis no período de ascensão e queda do nazismo são Kaká de Azevedo, Madrilena Feitosa, Lane Lima, Rosiane Agapito, Deborah Fernandes, Mariam Carvalho, Alana Cristine, Wal L. Mendonça e Alessandra Lima. Ficha técnica: Direção - Marcelo Marques; iluminação - Erivanilson Lima; sonoplastia - Marcelo Marques; adaptação dramatúrgica – Coletivo; fotografia - Joevam Oliveira e Cely Farias. Realização: Grupo Graxa de Teatro.     

 

O Grupo Graxa de Teatro vem colaborando com o segmento de teledramaturgia da TV UFPB, através do programa Ciência Aberta, que começa a ser exibido no início do próximo ano, pelos canais 43 (TV aberta) e 22 (Net).         

Fonte: 
Agência de Notícias da UFPB - Com assessoria
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