NOTA DE APOIO AO MOVIMENTO DAS MULHERES - 8M PARO

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Em 61 anos de existência da Universidade Federal da Paraíba, somos as primeiras mulheres a ocupar os cargos de dirigentes da administração superior desta instituição que tem prestado serviços relevantes e estratégicos à sociedade paraibana e fomentado o conhecimento de alto nível de expressão nacional. Somos hoje uma das 15 melhores universidades do Brasil, justo reconhecimento aos esforços de mulheres e homens que ensinam, pesquisam, extensionam, aprendem e administram a ciência, a tecnologia, as humanidades, a saúde e as artes. Por isso, estamos orgulhosas de representar essa universalidade de bons propósitos e resultados.

 

Apesar do orgulho que nos enche de emoção e responsabilidade, sabemos que não estaríamos à frente da nossa Universidade se não fosse o legado da luta constante e infatigável das mulheres por direitos e reconhecimento de suas competências. Esta luta tem atravessado séculos, enfrentando o preconceito e a violência do machismo que sobrevive, inclusive no ambiente da academia, o que não é novidade, mas é um absurdo que precisamos superar. Nós mesmas fomos vítimas deste machismo que, embora de forma velada, continua se manifestando todas as vezes que contrariamos interesses e projetos retrógrados para a instituição. Continuamos, portanto, lutando cotidianamente contra a discriminação e a intolerância. 

 

Agora, quando as mulheres do mundo inteiro se unem sob a bandeira “nenhuma a menos” para comemorar o dia internacional da mulher, estendemos nossa luta cuja visibilidade é maior no interior dos Campi universitários, para além dos seus muros, assumindo publicamente os princípios e as bandeiras de defesa das mulheres, especialmente aquelas que são vítimas do feminicídio, do transfeminicídio, do racismo, do heterossexismo, da misoginia, da xenofobia, da depreciação salarial e da exclusão social. Precisamos dar maior unidade a esta luta e ampliá-la para os demais segmentos da sociedade. A luta deve ser de todas e de todos contra qualquer tipo de discriminação e combate a violência contra a mulher. Por isso, nenhum direito a menos. Esperamos que o mundo futuro seja feito de pessoas que saibam conviver com a diversidade, embaladas pela tolerância e o respeito às diferenças.

 

Neste dia internacional de luta, queremos que nossas experiências de mulheres que não se renderam e jamais se renderão aos ataques do machismo, sejam uma voz a mais na defesa de direitos de todas as mulheres, especialmente aquelas em situação de vulnerabilidade: as negras, as indígenas, as ciganas, as migrantes, dentre muitas que são ameaçadas diariamente nas ruas, no trabalho, nas escolas, nas universidades e em suas próprias casas. Por fim, queremos, ardorosamente, que nesta caminhada rumo à uma vida plena, alegre e afetuosa que todas desejamos e merecemos, empunhemos nossas vitórias garantidas e as conquistas que virão, sem nos esquecermos das flores manchadas de sangue que caíram em meio aos desafios do caminho. Por isso repetimos: “Mas é preciso ter força. É preciso ter raça...”(Milton Nascimento).

 

Que a nossa marcha seja o grito de luta das que nos antecederam.

 

Margareth Diniz                                                                            Bernardina Freire

Reitora da UFPB                                                                          Vice-Reitora da UFPB

 

Fonte: 
Agência de Notícias da UFPB
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