Um estudo voltado à origem da vida e desenvolvido pela estudante Isabela Jerônimo Bezerra do Ó, do Curso de Ciências Biológicas da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) recebeu o prêmio de “Melhor Poster” da Sociedade Internacional de Biologia Molecular e Evolução, em congresso que aconteceu em julho deste ano, em Austin, Texas, nos Estados Unidos. Cientistas e pesquisadores de 25 países participaram do evento onde foram apresentados 200 trabalhos relacionados a essa área do conhecimento.

No seu trabalho intitulado de “Reconstrução Estrutural do Metabolismo do Carbono Anterior ao Último Ancestral Universal Comum”, Isabela do Ó, procura elucidar pontos sobre o inicio da vida, aprofundando-se na capacidade interdisciplinar dos cientistas, levando-os a responder outras perguntas que não são somente de responsabilidade dos biólogos, mas também dos químicos e físicos que se debruçam sobre a questão, sobretudo, no que diz respeito à termodinâmica, contribuindo para o entendimento de questões relacionadas à diversidade, evolução, genética, bioquímica e à biofísica.

Orientanda do professor associado I, Sávio Torres de Farias, do Departamento de Biologia Molecular do Centro de Ciências Exatas e da Natureza (CCEN) da UFPB, Isabela do Ó participava do Programa de Bolsa de Iniciação Científica do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (PIBIC/CNPq), quando desenvolveu sua pesquisa sobre metabolismo.

Nessa entrevista concedida à Agência de Notícias (AgN) da UFPB, a jovem pesquisadora de 21 anos de idade, que acaba de concluir o Curso de Bacharelado em Ciências Biológicas, fala como se sente com a premiação e quais são os seus planos para o futuro. 

AgN/UFPB: Você acaba de ser premiada como o “Melhor Poster” pela Sociedade Internacional de Biologia Molecular e Evolução, em congresso que aconteceu no período de 2 a 6 de julho, em Austin, capital do estado norte-americano do Texas. Qual o título do seu trabalho e qual o seu principal objetivo?

Isabela do Ó: O título original é “Structural Reconstruction of Carbon Metabolism Before LUCA”, a tradução seria “Reconstrução Estrutural do Metabolismo do Carbono Anterior ao Último Ancestral Universal Comum”.

AgNU/UFPB: Quem foi o seu orientador, até porque o seu trabalho foi realizado quando você estava bolsista do Programa de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC)?

Isabela do Ó: Meu orientador é o professor Sávio Torres de Farias.

AgN/UFPB: Como e aonde foi desenvolvido o seu trabalho? Quanto tempo levou o seu desenvolvimento até chegar à conclusão?

Isabela do Ó: Eu entrei no laboratório do professor Sávio Torres de Farias no final de 2015 quando iniciamos esse trabalho. Quase todos os trabalhos realizados no laboratório são feitos no computador, esse projeto também não foge da regra.

AgN/UFPB: Qual a contribuição de “Origem de Vias Metabólicas de Todos Os Organismos” para a Ciência?

Isabela do Ó: Entender a origem do metabolismo é crucial para entender a origem da vida. A pergunta de como surgiu a vida é provavelmente uma das mais antigas da humanidade. Além da relevância histórica e filosófica, a tentativa de elucidar pontos sobre o início da vida, permite um aprofundamento na capacidade interdisciplinar dos cientistas o que termina levando-os a responder outras perguntas. Essa pergunta não é só responsabilidade dos Biólogos, na verdade muitos químicos consideram que entender os primeiros sistemas biológicos seja muito mais próximo da química orgânica do que da bioquímica propriamente dita, também há diversos físicos que se debruçam sobre a questão, por exemplo, lidando com a parte de termodinâmica. Outra boa razão para estudar a origem da vida é o fato de ser um dos alicerces para entender diversas outras questões que envolvem diversidade, evolução, genética, bioquímica e biofísica.

AgN/UFPB: Aos 21 anos de idade, você concluiu sua graduação Bacharelado em Ciências Biológicas. Como é que você se sente com sua premiação. Agora quais os seus planos?

Isabela do Ó: Eu já estava bastante feliz com a premiação que recebi com o auxilio financeiro para ir para o congresso pela Sociedade Internacional de Biologia Molecular e Evolução. E em relação à premiação de melhor poster foi uma ótima surpresa, principalmente porque esse poster foi resultado de muitos meses de trabalho nosso, bastante esforço e obviamente muita ajuda de todos do laboratório. Agora que terminei o curso eu pretendo ingressar em uma pós-graduação.

AgN/UFPB: Do que tratou, realmente, esse Congresso da Sociedade Internacional de Biologia Molecular e Evolução”. Quantas países participaram e quantos trabalhos foram apresentados nas diversas categorias?

Isabela do Ó: Acho que por volta de 25 países. Eu não sei quantos trabalhos foram apresentados exatamente, mas muito provavelmente mais de 200.