Ex-alunos da primeira turma do curso de Engenharia Civil do campus I da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) comemoram cinquentenário de formatura nesta terça, 12 de dezembro. O reencontro da “Turma Professor Serafim Rodriques Martínez” ocorrerá em solenidade na área livre do Bloco de Multimídia do Centro de Tecnologia (CT), a partir das 10h. Para a ocasião, estão programados missa de ação de graças, descerramento de placa alusiva à data e entrega de medalhas.
O diretor do CT Antônio Vilar e dois ex-alunos, o engenheiro aposentado da Organização Mundial da Saúde (OMS) Luiz Carlos Rangel Soares e o professor aposentado da UFPB Valdemiro Gabriel do Nascimento, estiveram no gabinete da reitoria, em 5 de dezembro, para convidar a reitora Margareth Diniz para a cerimônia.
“Nossas aulas funcionavam em salas e laboratórios de quatro blocos que constituíram as primeiras edificações do campus I, na região onde, hoje, fica o CT", explicou Luiz Carlos (à direita na foto), um dos 31 formados na turma pioneira. Ele contou que, antes da criação do campus I, o curso era oferecido em um prédio na Praça Rio Branco, em frente ao Cinema Municipal, no Centro Histórico de João Pessoa. "Lá, foram formadas cinco turmas de engenharia. A nossa é a sexta da história da instituição e a primeira entre todos os cursos do campus I”, complementa. Dos colegas de turma, todos homens, quatro já são falecidos e um está desaparecido.
Memória
Luiz Carlos Rangel Soares, que dedicou 26 anos da sua carreira ao Programa de Saúde e Ambiente da OMS, relatou que o processo seletivo para ingressar na universidade era, então, realizado por meio de vestibular exclusivo para cada curso. "Os cursos eram seriados, baseados no sistema de educação francês, no qual a aprovação se dava por matéria. Dois docentes marcantes na primeira turma de Engenharia Civil do campus I foram Vitoriano González y González e Serafim Rodrigues Martínez, que dirigiu a Escola de Engenharia da UFPB e foi paraninfo dos formandos de 1967”, rememora o ex-aluno.
Comparar os diferentes contextos históricos, no âmbito da ciência e do mercado profissional, é inevitável, conforme Rangel Soares. Do ponto de vista da engenharia, a pesquisa era incipiente e dependia do esforço de cada docente. Já a extensão era processada através de cursos de aperfeiçoamento e de visitas técnicas, com o apoio do Diretório Acadêmico ou a partir da iniciativa do aluno.
Na época, havia dois cursos superiores de engenharia na Paraíba, a Escola de Engenharia, em João Pessoa, e a Escola Politécnica da Paraíba, em Campina Grande - ambas pertencentes à UFPB. “A integração com os poderes estadual e municipal facilitava o programa de estágios. Ao longo do tempo, ocorreram mudanças na estrutura do mercado profissional, que passou a exigir mais capacitação, obrigando os engenheiros a aprimorarem conhecimentos técnicos em cursos de pós-graduação”, comentou.
Para o ex-aluno, o curso de engenharia propiciou a concretização da UFPB, enquanto instituição, a partir da integração com outros cursos e da absorção de novas tecnologias. Com relação à cidade de João Pessoa e ao Estado da Paraíba, o curso colaborou para o desenvolvimento e planejamento urbano. “Auxiliamos na expansão e no aperfeiçoamento dos sistemas de saneamento básico, de mobilidade urbana e nos programas de habitação, entre outros aspectos, que melhoraram a qualidade de vida da população”, finalizou.