“Dialogia Social”. Este foi o título da oficina ministrada recentemente pela professora da Universidade de São Paulo (USP), Cremilda Medina, para mestrandos e professores do Programa de Pós-Graduação em Jornalismo (PPJ/Mestrado Profissional). O PPJ é vinculado ao Centro de Comunicação, Turismo e Artes da Universidade Federal da Paraíba (CCTA/UFPB), Campus de João Pessoa.

Realizada nos dias 18, 19 e 20 deste mês, na Sala de Reuniões do CCTA/UFPB, a oficina tratou de conflitos, violências da sociedade em meio à midiatização e propostas epistemológicas da dialogia contemporânea.

De acordo com o professor Luiz Custódio da Silva, do PPJ/UFPB, a oficina foi importante porque buscou atualizar o jornalismo na contemporaneidade e, ao mesmo tempo, fez uma reflexão das crises paradigmáticas, dos desafios do jornalismo no mundo atual e quais as alternativas, projetos e soluções que professores, estudantes, pesquisadores e jornalistas profissionais precisam buscar para o fortalecimento da profissão.

“O trabalho foi também significativo por conta das discussões, reflexões, textos distribuídos e bibliografias divulgadas que serão mais debatidos e aprofundados com os participantes do Grupo de Pesquisa de Metodologia, vinculado à UFPB e à Universidade Estadual da Paraíba (UEPB)”, acrescentou Custódio.

A proposta do fortalecimento do jornalismo com oficinas desenvolve-se em várias universidades brasileiras. A pesquisadora de desenvolvimento científico regional e professora Ana Lúcia Medeiros, do Grupo de Teoria e Metodologia da Pesquisa, vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Jornalismo da UFPB, participou dessa proposta com professores, estudantes e jornalistas na Universidade de Brasília (UNB), quando foi elaborado o trabalho “Narrativas a Céu Aberto”, organizado por Cremilda Medina.

Ana Lúcia disse que a proposta da oficina da UFPB abordará sobre “narrativas a esgotos abertos”, com ensaio e reportagem sobre o saneamento. “O tema foi proposto devido a sua atualidade e necessidade social. Participarão 20 jornalistas, onde cada um deve construir uma narrativa que não busque somente fontes oficiais, mas ações que estão nas ruas”, explicou a professora.

O grupo apresentará uma série de pautas e textos que serão coordenados por Cremilda Medina, fazendo assim a anatomia e a compreensão profunda das questões do saneamento básico na Paraíba, cujo resultado será publicado em forma de livro.

A professora Cremilda Medina disse que ficou surpresa pelo fato do grupo de pesquisa da UFPB acolher esse tema como uma contribuição para mergulhar nos dados que estão sendo divulgados. Segundo ela, há muita coisa pra trabalhar para além de dados numéricos frios, principalmente de situações humanas e contextos da grave situação de saneamento básico na sociedade brasileira e paraibana.

“O nosso trabalho numa universidade pública tem que responder à sociedade, com a nossa pesquisa engajada nas demandas sociais. De fato, uma pesquisa que dê resultados e devolva à sociedade informações e uma leitura dos problemas que vivemos”, finalizou Cremilda.