Promovida pela Fundação Nacional de Artes (Funarte), a Bienal de Música Brasileira Contemporânea é considerada a mais abrangente mostra da música erudita brasileira.

Três professores-compositores do Departamento de Música da UFPB; Eli-Eri Moura, José Orlando Alves e Marcílio Onofre participam da XX Bienal de Música Brasileira Contemporânea, de 27/09 a 6/10, no Rio de Janeiro. Estarão presentes, também, na Bienal o mestrando em Composição do PPGM/UFPB, Helder Oliveira, bem como seu orientador, compositor Liduíno Pitombeira (professor da UFCG). A representação paraibana será a 5ª maior em termos numéricos entre os estados brasileiros.

As 72 obras que serão apresentadas resultaram de concurso e de encomendas. Dessas, 33 venceram o Prêmio Funarte de Composição Clássica 2012 (caso da peça de Marcílio Onofre) e 39 foram encomendadas (casos das peças de Eli-Eri Moura e de José Orlando Alves).
Para o concurso, foram inscritas 534 peças. Para as encomendas, foi adotado um sistema eletivo, em que um colégio eleitoral, de 67 compositores e regentes, enviou à Funarte 670 votos, o que gerou a definição dos 39 autores contemplados. Pela primeira vez na história das Bienais, as obras apresentadas em estreia mundial serão difundidas pela internet, para todo o mundo, mediante os seus registros audiovisuais.

Comentando sobre a distribuição geográfica dos compositores nessa Bienal, o musicólogo Flávio Silva, da Academia Brasileira de Música e Coordenador de Música Erudita da Funarte, destacou o cenário musical paraibano como sendo “o local em que há ensino e prática musicais sistemáticos e de qualidade, na área da música erudita, com compositores que se destacam. No Nordeste, o ensino aprofundado de composição desenvolveu-se somente na Paraíba e na Bahia".

Os participantes

Eli-Eri Moura, natural de Campina Grande, é mestre e doutor em composição pela McGill University, Canadá. Foi o primeiro professor de composição a ser contratado pela Universidade Federal da Paraíba. Idealizou e foi membro-fundador do Laboratório de Composição Musical (Compomus), e liderou a implantação da área de composição nos níveis de extensão, graduação e pós-graduação na UFPB. Além de música de concerto, compôs um grande número de trilhas sonoras para teatro, cinema e vídeo, sendo premiado em vários festivais e concursos. Possui 4 CDs autorais lançados. Atualmente, exerce a função de vice-diretor do Centro de Comunicação, Turismo e Artes - CCTA da UFPB. Sua peça "Circumfractus", para quarteto de cordas, será estreada na Bienal pelo Quarteto Camargo Guarnieri. Esta é a décima participação de Eli-Eri Moura nas Bienais.

José Orlando Alves, mineiro da cidade de Lavras, é bacharel e mestre em composição musical pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, doutor em música pela Universidade Estadual de Campinas, e professor adjunto de composição musical da Universidade Federal da Paraíba. Integra o grupo Prelúdio 21 e participou de diversos Panoramas e Bienais de Música Brasileira Contemporânea, além de ter sido preminado em vários concursos nacionais. Sua peça "Introspecções I", para violoncelo e piano, será estreada na Bienal por Hugo Pilger (violoncelo) e Lucia Barrenechea (piano). Esta é a sexta participação de José Orlando Alves nas Bienais.

Marcílio Onofre, nascido em João Pessoa, é bacharel em piano, estudou composição com Eli-Eri Moura, que orientou seu mestrado no PPGM-UFPB. Atualmente, é professor da Universidade Federal da Paraíba. Foi premiado em diversos concursos de composição nacionais e internacionais, e teve peças interpretadas por conjuntos como a Camerata Aberta, o Grupo Sonantis, o Arditti String Quartet e o Nouvel Ensemble Moderne. Voltou, recentemente da Polônia, onde estudou com Krzysztof Penderecki, com bolsa do Mozarteum Brasileiro. Sua peça "Suíte dos cinco ventos", para piano solo, será estreada na Bienal pelo pianista Silas Barbosa de Oliveira. Esta é a terceira participação de Marcílio Onofre nas Bienais.

Mais informações sobre a XX Bienal da Música Brasileira Contemporânea no site: http://www.funarte.gov.br/bienaldemusica/