Projeto de incentivo à leitura da UFPB é ganhador de prêmios

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Ensinar crianças e jovens a gostarem de ler. Esse é um dos pilares do projeto de ensino e extensão Lá Li Gibi, desenvolvido pela professora Judy Rosas, do Departamento de Fundamentos da Educação do Centro de Educação (CE) da UFPB. A iniciativa foi uma das ganhadoras da edição 2017 do concurso O Jardim da Educação, promovido pela Editora do Brasil, que valoriza boas práticas educacionais em todo o País. O projeto também foi premiado no Encontro de Iniciação à Docência (ENID) da UFPB, nesse ano.

 

Lá Li Gibi desenvolve diversas formas lúdicas para incentivar o gosto pela leitura em crianças e jovens. “Não é aprender a ler, é aprender a gostar de ler. São coisas diferentes”, enfatiza a professora. O projeto é coordenado por Judy Rosas e conta com a participação de mais um docente e quatro alunos da UFPB.

 

Em 2015, o projeto ganhou espaço em algumas escolas públicas de João Pessoa, em unidades de saúde da família e até na Festa na Penha, evento religioso anual realizado no mês de novembro na capital paraibana. A professora conta que, em 2016, viu o projeto diminuir de tamanho, "mas ainda assim fizemos atividades durante todo o ano em uma escola pública municipal em Mangabeira e em uma comunidade quilombola urbana em Paratibe”, relata.

 

Nesse mesmo ano, o Lá Li Gibi ganhou também a perspectiva da igualdade racial, uma vez que, explica Judy Rosas, a palavra gibi se refere originalmente a moleque e negrinho, "mas percebemos que quase não há personagens negros nos gibis”.

 

 

Brincadeiras

 

Na intenção de formar indivíduos que tenham prazer na leitura, o grupo de professores e estudantes desenvolveu brincadeiras para interagir com as crianças e jovens. O sussurrador de texto, um cano de pvc por onde uma criança lê um texto para outra; o bingo, em que o ganhador tem como prêmio a oportunidade de ler um texto em voz alta; e a escrita utilizando massa de macarrão, com formato de letras, são algumas das atividades propostas. “Eles escrevem e leem sem que necessariamente usem o suporte de papel e lápis”, afirma Judy (à esq.).

 

“A gente leva o acervo de uns 500 gibis e de uns 300 livros de literatura infantil e infanto-juvenil para as atividades”, explica a coordenadora. Uma das participantes do projeto, a aluna Giovanna Costa, do último período de Pedagogia, relata que, nas escolas onde o Lá Li Gibi ocorre de maneira regular, foram criadas fichas para possibilitar o empréstimo dos livros. Além disso, nesse último ano, o projeto passou a oferecer oficinas de histórias de quadrinhos, coordenadas pelo aluno Yan Philipe Barbosa, do curso de Artes Visuais, e também foi criado um cineclube.

 

 

Sertão de Alagoas

 

Lá Li Gibi conta, ainda, com uma biblioteca com cerca de 4 mil exemplares em Piranhas (AL), a 280 km de Maceió. Judy comprou uma casa na cidade e construiu a Biblioteca Popular Riacho do Navio, que pode ser acessada pela comunidade local. Lá, também desenvolve atividades lúdicas para que as crianças se familiarizem com textos. “No Brasil, existe uma biblioteca para cada grupo de 33 mil pessoas e, ainda assim, as bibliotecas vivem vazias”, analisa.

 

No entanto, em 2017, a biblioteca permaneceu fechada durante a maior parte do ano. Para o próximo ano, um dos planos da professora é reativar o espaço, contando com cineclube na calçada da biblioteca.

 

 

Futuro

 

“Nossos esforços são para que o projeto não morra”, afirma a professora Judy Rosas. Um dos caminhos seguidos pelo grupo foi a inscrição do Lá Li Gibi no Programa de Apoio às Licenciaturas (Prolicen) da UFPB - que busca estimular, com recursos próprios, o desenvolvimento de ações para a melhoria da qualidade dos cursos de licenciatura da instituição e contribuir para a formação continuada dos professores da Rede Pública.

 

“Ao longo desses anos, conseguimos encontrar respostas não só teóricas, porque continuamos estudando, produzindo e apresentando nossos trabalhos, mas também respostas dadas pelas ações que foram colocadas em prática e confirmadas como importantes para formar leitores”, avalia a professora. “Transformamos o Lá Li Gibi também num projeto de pesquisa. Temos experiência e estamos tirando conclusões sobre essa experiência”, conta.

 

Outro desdobramento futuro é a preparação do seminário Leitura e Biblioteca Escolar: desafios e alternativas, que está previsto para ser realizado em março de 2018, no campus I da UFPB.

 

Para conhecer mais sobre o trabalho desenvolvido, acesse o blog do projeto.

 

 

Fonte: 
ACS | Lis Lemos. Fotografias: Lis Lemos e acervo do projeto.
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