TV UFPB estreia em 2018 minissérie “O Sumiço de Santo Antônio”

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Imagine uma cidade sem problemas ambientais, políticos, econômicos e sem desigualdades sociais. Uma local onde as pessoas vivem sossegadas e felizes, mas que devido ao desaparecimento de um santo casamenteiro, passa a viver uma mudança ocasionada por vários personagens e suas tramas.

 

Do pensamento fictício aos sonhos imaginários dos paraibanos e demais brasileiros, essa metrópole está sendo construída aqui na Paraíba. Trata-se da “Cidade do Amor”, retratada na minissérie “O Sumiço de Santo Antônio”, que será exibida em 2018, na TV UFPB, associada à TV Brasil, no canal aberto 43 UHF e na NET, canal 22.

 

Na produção do programa estão trabalhando uma equipe multiprofissional e estudantes em formação das áreas de Teatro, Rádio e TV, Cinema e Mídias Digitais da Universidade Federal da Paraíba (UFPB). São diretores nas mais diversas áreas alguns profissionais da TV UFPB. A figurinista Karin Picado, o músico e professor Carlos Anísio, a atriz Zezita Mattos, e o ator Osvaldo Travassos, entre outros, foram convidados para compor a equipe técnica e o elenco.

 

As filmagens do espetáculo começaram no mês de junho deste ano nas cidades de Cabedelo e João Pessoa, com gravações programadas nas cidades Conde e Areia. O elenco reúne 35 atores, entre estudantes, iniciantes e profissionais de renome nacional, mas a produção envolve 70 pessoas.

 

A minissérie está vinculada ao “Projeto de Extensão Experiências Criativas na TV”, criado no ano de 2016, que reforçando o compromisso da UFPB com a educação, zela pela produção de obras televisivas relevantes para a população paraibana, que reflitam a realidade e valorizem a identidade cultural, utilizando recursos da teledramaturgia, do jornalismo e das formas de artes midiáticas contemporâneas.

 

Cely Farias, é diretora de Artes Cênicas da TV UFPB e também a diretora da minissérie “O Sumiço de Santo Antônio”. Em entrevista a Agência de Notícias (AgN) da UFPB, ela conversou sobre vários aspectos, etapas e parcerias feitas no andamento do projeto.

 

AgN/UFPB: Na verdade o que retrata o “Sumiço de Santo Antônio” e porque foi escolhido este nome?

 

Cely Farias: A minissérie "O Sumiço de Santo Antônio" retrata o dia a dia da cidade fictícia de Vila Pequena, também conhecida como "A cidade do amor", lugar pacato e distante onde as pessoas são tranquilas e felizes. Mas eis que, nas vésperas da festa de Santo Antônio, padroeiro da cidade, a imagem do santo desaparece da igreja local, desencadeando desta forma uma grande investigação na pequena cidade. Por causa das crendices populares que envolvem o santo casamenteiro, todas as mulheres solteiras passam a ser suspeitas e por isso interrogadas pela delegada local. Constitui-se assim um pano de fundo para emergirem os diversos personagens e suas tramas, muito presentes em histórias populares, como o coronel ambicioso, o prefeito e a primeira dama com seus conchavos políticos, o mocinho e a mocinha num romance proibido, as fofoqueiras da janela, a chegada do forasteiro, entre outros. O nome dado à minissérie é o mesmo escolhido pelo autor da radionovela que serviu de mote inicial para o desenvolvimento do roteiro, Caio Felix. Optamos por manter o nome original também por ser o sumiço do santo o fato principal que desencadeia toda a narrativa da obra.

 

AgN/UFPB: Aonde serão realizadas as filmagens dessa minissérie? O programa é compreendido em quantas etapas?

 

Cely Farias: As filmagens já iniciaram desde o mês de junho. Fizemos algumas cenas no município de Cabedelo e também em João Pessoa, e em breve gravaremos no Conde. Estamos planejando ainda filmagens no município de Areia. A minissérie está dividida em dez episódios de trinta minutos.

 

AgN/UFPB: Por que a cidade de Cabedelo foi escolhida como um dos locais para as filmagens dessa minissérie?

 

Cely Farias: O município de Cabedelo foi escolhido dentre as locações da minissérie por apresentar alguns espaços preservados, cujas características contribuem para a estética proposta pela minissérie, a qual pretende representar o imaginário popular da típica cidade pequena do interior. É claro que a escolha das locações é dinâmica, assim com está sendo a construção do roteiro, e depende ainda de outros fatores como apoio local, logística de transporte, etc.

 

AgN/UFPB: Sem dúvida, uma produção desse quilate exige a escolha de equipes artística e técnica profissional competente. Como se deu a escolha dessas equipes?

 

Cely Farias: Temos como diretores nas mais diversas áreas alguns profissionais da TV UFPB, que já têm grande experiência em produções audiovisuais, a exemplo de Valeska Picado, Niutildes Batista, Haley Guimarães e Mônica Brandão. Esta equipe já vem trabalhando em outras produções de teledramaturgia na TV UFPB e formou-se num processo natural de identificação com esse tipo de produção. Além destes, outros profissionais da área foram convidados para compor a equipe técnica e o elenco, como a figurinista Karin Picado, o músico e professor Carlos Anísio, a atriz Zezita Mattos, o ator Osvaldo Travassos, entre outros.

 

AgN/UFPB: O trabalho envolve uma equipe multiprofissional e estudantes em formação das áreas de Teatro, Rádio e TV, Cinema e Mídias Digitais, entre outras. Como se deu a capacitação desse pessoal que está trabalhando na minissérie?

 

Celly Farias: Uma vez que esta produção é uma das atividades do Projeto de Extensão Experiências Criativas na TV, o foco principal é a formação prática de novos profissionais na área. Desta forma, foram oferecidas oficinas de fotografia, som direto, roteiro, direção de arte, figurino, maquiagem e produção tanto para alunos da UFPB quanto para a comunidade externa interessada, confirmando assim o caráter extensionista do projeto. A partir das oficinas oferecidas foram formadas equipes de trabalho para cada uma das áreas, onde os aprendizes estão colocando em prática o conhecimento adquirido, vivenciando uma produção profissional desde a sua concepção até sua finalização. Outras oficinas ainda serão oferecidas no decorrer do projeto, que segue até o final do ano.

 

AgN/UFPB: Quais os segmentos universitários, as entidades parceiras envolvidas e quanto tempo levou a elaboração do projeto voltada a essa produção?

 

Cely Farias: Embora a realização esteja sendo feita pela TV UFPB, onde obtivemos total apoio do Superintendente de Comunicação Social, Bob Vagner, não poderíamos dar andamento ao projeto sem a colaboração das diversas parcerias que temos feito ao longo do projeto. Dentre elas destacamos: Departamento de Artes Cênicas; Núcleo de Teatro Universitário (NTU); Laboratório Audiovisual de Produção (LAP); Departamento de Música (DEMUS); Grupo de Teatro Engenho Imaginário; Grupo Graxa de Teatro; Escola Fazendo Arte; Coletivo Atuador; Secretaria de Cultura de Cabedelo; Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU); Coordenação de Desenvolvimento de Pessoas (CEDESP/UFPB); Núcleo de Documentação Cinematográfica (NUDOC/UFPB). Outros apoiadores certamente surgirão neste processo e é de grande importância que possamos contar com o comprometimento de cada um deles para proporcionar esse espaço de aprendizado para os alunos da UFPB, além da geração de um produto televisual de qualidade.

 

AgN/UFPB: Qual o custo financeiro de toda essa produção e quem a custeia?

 

Cely Farias: Infelizmente não dispomos de recursos financeiros específicos para esta produção, sendo ela toda realizada com a colaboração dos participantes. A TV UFPB dispõe de profissionais, estagiários e equipamentos, estes também são oferecidos pelo LAP, e a logística de transportes é oferecida pela UFPB. O elenco e os demais integrantes da equipe técnica participam voluntariamente, como exercício prático das oficinas ministradas. Os parceiros colaboram então com demais produtos e serviços demandados no processo.

 

AgN/UFPB: Como você já mencionou, a minissérie faz parte do “Projeto Experiências Criativas na TV”? Quais os objetivos desse Projeto? Quais os resultados esperados?

 

Cely Farias: O “Projeto de Extensão Experiências Criativas na TV”, criado no ano de 2016, como parte da minha pesquisa de mestrado "Experiências de Criação Cênica com Atrizes e Atores na Televisão", concluída em Março de 2016 pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), é um espaço de experimentação no campo audiovisual onde artistas, comunicadores e estudantes das áreas de Teatro, Cinema, Rádio e TV, Jornalismo e Mídias digitais tem a oportunidade de vivenciar os mais variados processos de produção televisual. Ações de formação, como cursos, oficinas e palestras, são realizadas no intuito de proporcionar um desenvolvimento da área com reverberações nas produções atuais da TV UFPB e demais criações realizadas pelos participantes do projeto. O escopo de profissionais qualificados presentes nos quadros da televisão universitária facilita o acesso dos participantes às formas de produção em televisão, em processos criativos colaborativos onde as experiências individuais são valorizadas na busca por uma criação coletiva, autoral e artística. Respeitando o compromisso da UFPB com a educação, o projeto preza pela produção de obras televisuais relevantes para a população paraibana, que reflitam nossa realidade e valorizem nossa identidade cultural, a partir da utilização de recursos da teledramaturgia e do jornalismo, além das formas de artes midiáticas contemporâneas.

 

AgN/UFPB: Entre toda essa gente boa que está trabalhando com você, dá para destacar alguns nomes de importância e que tenham contribuído para o desenvolvimento do movimento artístico e cultural da Paraíba?

 

Cely Farias: É importante ressaltar a característica formativa do projeto que se revela não apenas na realização dos cursos, oficinas e palestras, mas também pelo intercâmbio de conhecimento entre os profissionais envolvidos, que lidam diretamente com aqueles que ainda estão iniciando na área, já que este é o primeiro trabalho audiovisual de muitos dos participantes. O elenco, por exemplo, conta com 35 atores, dentre estudantes, iniciantes e profissionais já consolidados no mercado e reconhecidos nacionalmente. Nomes como Zezita Mattos, Osvaldo Travassos, Mônica Macedo, Maria Betânia e Rosa Carlos, que já atuam no teatro há muitos anos, assim como os mais recentes. 

Fonte: 
Agência de Notícias da UFPB - Paulo César Cabral
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