UFPB cria software que identifica disfunções a partir da voz

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Criado em parceria com engenheiros do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia, programa identifica disfunções na voz com até 90% de precisão

 

O fonoaudiólogo Leonardo Wanderley Lopes, do Departamento de Fonoaudiologia da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), desenvolveu, em parceria com engenheiros elétricos do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia (IFPB), um software capaz de identificar, com até 90% de precisão, disfunções na voz. O trabalho, denominado “Análise da Dinâmica Não Linear de Vozes Infantis: Nova Proposta de Avaliação e Monitoramento Vocal”, recebeu menção honrosa no 21º Congresso de Fonoaudiologia, que aconteceu de 22 a 25 de setembro, em Porto de Galinhas, Pernambuco.

 

Através de um simples exame da voz é possível saber se a criança possui alguma disfunção vocal. A pesquisa foi realizada com crianças de três a 10 anos de idade. As vozes das crianças foram gravadas em um programa de computador que, ao processar os sinais digitais, mostra se aquela voz apresenta ou não alterações.

 

De acordo com o fonoaudiólogo, o software serve para pessoas de todas as idades e que a pesquisa com crianças foi apenas o começo. “Agora estamos gravando vozes de adultos e depois devemos começar o trabalho com idosos também”, disse. O próximo passo é criar um banco de dados com vozes alteradas por diversas patologias.

 

O banco vai servir como parâmetro de comparação. Assim, quando uma voz for inserida no programa, ela vai ser comparada com vozes de diversas patologias para ver se tem alguma que combine. “O programa é um auxílio na hora do diagnóstico. Se a pessoa apresentar alguma alteração certamente vai precisar fazer mais exames, mas se não, qualquer outro exame é desnecessário”, explicou Leonardo Lopes, lembrando que o programa não deve substituir outros exames, como por exemplo, a laringoscopia.

 

Uma grande vantagem do programa será levar o diagnóstico para pessoas que não têm oportunidade de fazer nenhum tipo de exame de voz. Em uma cidade do interior, por exemplo, que às vezes pode não ter os equipamentos adequados para exames, a voz do paciente pode ser gravada e enviada para ser processada pelo programa. A partir do resultado será possível definir a necessidade da pessoa procurar uma assistência pessoalmente ou não

 

O trabalho deu origem a diversas publicações, como no XXXI Simpósio Brasileiro de Telecomunicações (SBrT) e no Congresso Brasileiro de Inteligência Computacional.

Fonte: 
Agência de Notícias da UFPB - Felipe Ramos (estagiário)
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