Gestores de 113 cursos presenciais de bacharelado, de licenciatura e de ensino tecnológico da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) reuniram-se para debater pontos do projeto pedagógico da instituição nos dias 24 e 26 de julho, no auditório da reitoria, no campus-sede, em João Pessoa. Na pauta, estavam a oferta de componentes curriculares na modalidade a distância, a ampliação de oportunidades de estágio aos estudantes e o modelo dos cursos superiores interdisciplinares, entre outros assuntos.
Os encontros foram organizados pela Pró-Reitoria de Graduação (PRG) e direcionados a chefes de departamento e coordenadores de curso. Conduzidos pela pró-reitora Ariane Sá, contaram com apresentações da coordenadora para melhoria do ensino Ana Aldrigue, da coordenadora de programas acadêmicos Maria Helena Ribeiro Maciel, da coordenadora do Observatório de Dados de Graduação (ODG) Fabiana Gama, do coordenador de escolaridade Geraldo Silvestre, da coordenadora de currículos e programas Glória Escarião e do assessor Fábio Fonseca.
A PRG informou a todos que os cursos presenciais da UFPB podem ministrar até 20% da carga horária de disciplinas por meio de ferramentas da Educação a Distância (EaD). A modalidade caracteriza-se pelo uso de tecnologias de informação e comunicação e pela mediação de professores e tutores para a aprendizagem. As atividades devem ser realizadas através do recurso Turma Virtual do Sistema Integrado de Gestão de Atividades Acadêmicas (Sigaa).
A orientação é desdobramento de uma das premissas para regularização do calendário acadêmico da instituição até o ano de 2021, que previu o uso da EaD somente para disciplinas oferecidas no turno da noite. “A resolução, hoje, é que os gestores adequem os Projetos Político-Pedagógicos dos cursos a essa nova realidade”, esclareceu Ariane Sá.
Com relação aos estágios, a recomendação é aumentar as oportunidades e aperfeiçoar a definição das áreas aptas a receberem os graduandos nas organizações parceiras da UFPB, para coroar esta última etapa de formação dos alunos antes do ingresso no mercado de trabalho. “Fazemos um bom trabalho e temos bons parceiros do setor produtivo. A intenção, agora, é ampliar o acesso dos nossos alunos”, reforçou a pró-reitora.
Nas reuniões, também foi abordado o tema dos Bacharelados Interdisciplinares (BIs), que proporcionam, nos anos iniciais de estudo, um ciclo de formação básica na grande área de conhecimento de ingresso (por exemplo, de Artes, Humanidades, Saúde ou Ciência e Tecnologia), para que depois o estudante opte pelo campo específico em que pretende se graduar. Nesse sistema, são permitidas as matrículas em quaisquer outras disciplinas de interesse. Cursos interdisciplinares já existem em algumas instituições federais de ensino superior, a exemplo das Universidades Federais do ABC (UFABC) e do Sul da Bahia (UFSB).
A ideia, segundo Ariane Sá, é discutir uma alternativa ao modelo convencional, voltado para uma decisão precoce do estudante sobre sua carreira profissional. “Estamos pautando a discussão para que os departamentos e coordenações dos cursos possam tratar o tema e refletir sobre o interesse e as possibilidades de implantação. Não há proposta firmada na UFPB. Estamos apenas dando início ao debate”, esclareceu.
Como encaminhamento, ficou definido que as discussões das reuniões serão compartilhadas e debatidas com os professores da instituição, para que, em breve, esses assuntos sejam retomados, considerando as especificidades das várias áreas do conhecimento.