UFPB faz diagnóstico de municípios paraibanos

ImprimirImprimir

A Universidade Federal da Paraíba (UFPB) tem produzido diagnóstico socioeconômico e ambiental de municípios paraibanos por meio de projeto de extensão do Departamento de Economia. A próxima cidade será Conde, na Região Metropolitana de João Pessoa. Encontro com a prefeita Márcia Lucena ocorrerá nesta quarta-feira (27), às 9h, no prédio da Prefeitura.

 

Coordenado pelas professoras Wanderleya Farias e Rejane Carvalho, desde 2013, outras 15 cidades já foram objeto de análise: Puxinanã, Bananeiras, Sertãozinho, Zabelê, Itapororoca, Lagoa de Dentro, Várzea, Alhandra, Nazarezinho, João Pessoa, Pitimbu, Lucena, Bayeux, Santa Rita e Cabedelo.

 

Os diagnósticos têm concepção interdisciplinar e apresentam panorama das condições sociais, ambientais, econômicas e fiscais. Constituem importante ferramenta para a formulação de políticas públicas e para a construção de cidades mais inclusivas.

 

De um modo geral, as condições socioeconômicas e ambientais de diversos municípios da Paraíba apresentam preocupante quadro de distorções que trazem prejuízos à inclusão social e ao fortalecimento das atividades produtivas locais.

 

Os problemas são de diversas naturezas: poucas oportunidades de trabalho formal; reduzida taxa de esgotamento sanitário; evasão escolar de alunos na faixa entre 14 e 17 anos; frágil provisão de serviços de saúde; baixo nível de investimento público e pouca efetividade de ações municipais nas áreas de urbanismo, habitação, gestão ambiental, entre outros.

 

“Parte expressiva da população dos municípios está exposta à vulnerabilidade social e à precária inserção no mercado de trabalho. Nesse contexto, os munícipes encontram dificuldades para alcançar a melhoria da qualidade de vida e o pleno exercício de sua formação cidadã.”, conta a docente Wanderleya Farias.

 

Os indicadores de vários órgãos são utilizados para o diagnóstico. Além de dados oficiais, trabalho qualitativo é realizado com a população de cada município. O principal critério para escolha da cidade a ser analisada é o geográfico.

 

“A Paraíba é formada por quatro mesorregiões: Litoral, Agreste, Borborema e Sertão. Nelas, há 23 microrregiões. Procuramos contemplar todas e observar continuidades e descontinuidades.”, explica a pesquisadora.

 

Em média, 18 a 22 estudantes de diversos cursos estão envolvidos com o projeto. Na foto, a do ano passado.

 

O diagnóstico multidisciplinar é apresentado e entregue com análise a órgãos e autoridades, sobretudo secretários e prefeitos, e à população, a fim de sugerir mudanças ou criações de políticas públicas.

 

Para realizar este trabalho de extensão, a principal dificuldade é os cortes na área de educação, que repercutem no cotidiano de uma universidade como a UFPB. Wanderleya relata que é difícil dar conta. “Mas também é desafiador. Às vezes solicitamos que a prefeitura forneça nosso transporte. Ou convidamos as autoridades para reunião em João Pessoa.”

 

O projeto de extensão está em conformidade com a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, proposta pelas Nações Unidas, a fim de municipalizar os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS).

 

Também é articulado às ações do Núcleo de Políticas Públicas e Desenvolvimento Sustentável da UFPB, com o intuito de identificar os desafios e potencialidades dos municípios da Paraíba.

 

Teve importante reconhecimento ao ser agraciado com duas premiações em 2015, no Prêmio Elo Cidadão, concedido pela UFPB.

 

 

Diálogo com as comunidades

 

Com o intuito de contribuir com as demandas dos diversos grupos sociais que compõem os municípios da Paraíba, na construção dos diagnósticos, buscam-se dialogar com as comunidades para perceber quais são as principais demandas sociais e engajá-las em torno de uma maior fiscalização e controle das ações dos gestores públicos.

 

Na perspectiva ambiental, é destacado para a população a importância da existência de estrutura administrativa e legal na área de meio ambiente e da realização sistemática de ações que garantam a conservação dos recursos hídricos e do solo, assim bem como das áreas de preservação permanente.

 

O contato e interação com algumas comunidades locais e com os gestores municipais deram alicerce para a construção de novos diagnósticos, uma vez que a população vem contribuindo para a concepção, desenvolvimento e avaliação do plano de trabalho e definição de novas metas do projeto.

 

“Ainda há um longo caminho para ser percorrido, pois outros municípios e microrregiões demandam atenção devido à precariedade de alguns indicadores sociais”, avalia Wanderleya Farias.

 

Mais informações por meio do perfil do projeto no Instagram, denominado "Sondagem Paraíba".

Fonte: 
Pedro Paz - Ascom/UFPB | Imagem: Divulgação
Compartilhar: