UFPB realiza evento nacional dos pró-reitores de pesquisa e pós-graduação

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O Impacto da Pesquisa e da Pós-Graduação na Sociedade foi o tema central do XXXIII Encontro Nacional de Pró-Reitores de Pesquisa e Pós-Graduação (Enprop), realizado no período de 22 a 24 de novembro, no Centro de Ciências Jurídicas (CCJ), situado no campus I da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), em João Pessoa.

 

O Enprop ocorre anualmente em uma das regiões do País, reunindo de gestores das instituições de ensino superior brasileiras, públicas e particulares, que se dedicam regularmente à pesquisa, à inovação e à pós-graduação, com o intuito de superar problemas e compartilhar experiências bem-sucedidas. A UFPB foi escolhida para sediar o evento na Região Nordeste no encontro de 2016, em Manaus.

 

O evento de João Pessoa contabilizou 260 pró-reitores e convidados, entre renomados pesquisadores e autoridades institucionais e governamentais. A organização foi compartilhada com a Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), o Instituto Federal da Paraíba (IFPB), a Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) e com a Unipê.

 

Ao longo do primeiro dia de atividades, os participantes do XXXIII Enprop cumpriram agenda de reuniões do Fórum de Pró-Reitores de Pós-Graduação e Pesquisa (Foprop), de lançamentos de estudos e pesquisas e de oficinas temáticas.

 

Na noite de 22 de novembro, no auditório do CCJ, a cerimônia da abertura foi precedida por apresentação do grupo Céus de Câmara, integrado por estudantes do Departamento de Música da UFPB e coordenado pelo professor Felipe Avelar.

 

A orquestra de violoncelos executou os tangos Oblivion e Adios Nonino, do compositor argentino Astor Piazzolla, e a ária Bachianas Brasileiras n° 5, de Heitor Villa-Lobos. Em seguida, Giovana Amaro, acompanhada do tecladista Heráclito Diego, deu voz ao Hino Nacional.

 

 

Abertura

 

Presidida pela reitora em exercício Bernardina Freire (foto abaixo), a mesa de abertura foi integrada pela pró-reitora de pós-graduação da UFPB Maria Luiza Alencar Mayer Feitosa, o pró-reitor de pesquisa da UFPB Isac Almeida de Medeiros, pelo vice-reitor da UEPB Flávio Romero Guimarães, o presidente da Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado da Paraíba (Fapesq/PB) Cláudio Furtado, o presidente do Conselho Nacional das Fundações de Apoio às Instituições de Ensino Superior e de Pesquisa Científica e Tecnológica (Confies) Fernando Peregrino, o pró-reitor da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) e presidente do Foprop Joviles Vitório Trevisol, o presidente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) Abílio Afonso Baeta Neves, o presidente da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) Wanderley de Souza e o presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) Mário Neto Borges.

 

Para Maria Luiza Feitosa, a pós-graduação vive um momento decisivo no Brasil, devido ao desafio da internacionalização. “É uma mudança paradigmática. Precisamos criar planos, formar boas equipes. A Capes, embora exitosa no seu trabalho, necessita de aperfeiçoamento porque dá sinais de cansaço”, avaliou. A pró-reitora destacou, ainda, a necessidade de aperfeiçoamento do Sistema Nacional de Pós-graduação (SNPG).

 

Joviles Trevisol, presidente do Foprop, disse que na atual conjuntura, mais do que nunca, os pró-reitores de pesquisa e pós-graduação devem estar unidos. “A gente tem a responsabilidade de pensar em alternativas de desenvolvimento social e político. Espero que sejamos mais dinâmicos e participativos em 2018”, salientou.

 

Isac Medeiros pontuou que, de 2014 pra cá, muitas dificuldades surgiram, mas "a pós-graduação deste país pulsa porque somos resistentes". O pró-reitor da UFPB lembrou que muitos países se recuperaram de crises econômicas porque investiram em ciência e tecnologia. "Temos que fazer o mesmo. E os recursos devem ser perenes”, indicou.

 

Em pronunciamento, a vice-reitora Bernardina Freire afirmou que, apesar da crise, a UFPB realiza avanços. A gestora citou a divulgação recente do QS Ranking, um dos mais respeitados do mundo, no qual a UFPB figura entre as cem melhores instituições de ensino superior da América Latina, a 4ª melhor universidade da Região Nordeste e a 26ª colocação entre as 83 melhores do Brasil.

 

 

Conferência de abertura

 

Após as falas dos integrantes da mesa, o professor emérito da Universidade Federal de Sergipe (UFS) José Fernandes de Lima protagonizou a conferência de abertura. Lima já foi reitor da UFS por duas vezes, reitor pro tempore da Universidade Federal do ABC (UFABC), secretário da Educação de Sergipe, diretor de Programas da Capes e presidente do Conselho Nacional de Educação (CNE).

 

Sobre o tema do impacto da pesquisa e da pós-graduação na sociedade, o pesquisador falou da dificuldade de aproximação entre a ciência e a sociedade. Citando os resultados da pesquisa sobre Percepção Pública da Ciência e da Tecnologia (C&T) no Brasil, do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), ele apontou, entre outros aspectos, que, embora a visão do brasileiro seja a de que a ciência é um fator de transformação para melhorar a qualidade de vida das pessoas e que existe interesse elevado em saber mais sobre C&T, os cidadãos continuam tendo pouco acesso à informação científica e tecnológica, especialmente nas camadas sociais de menor escolaridade e renda.

 

“Tenho refletido sobre os fatores que fazem com que a sociedade não se engaje em defesa da ciência. Verifico que as pessoas têm uma percepção de que vão pagar mais impostos para que pesquisas sejam realizadas e que avanços tecnológicos eliminam postos de trabalho. Um outro problema é que a mídia só noticia pesquisas exóticas. Mas, no fim das contas, o que os cidadãos desejam é que a ciência e a pesquisa provoquem impactos sociais e econômicos positivos", avaliou José Fernandes de Lima.

 

Ao fim da palestra, houve debate sobre o tema. O presidente da Capes, Abilio Baeta Neves, disse que, para que haja essa aproximação com a sociedade, é preciso que seja discutido um grande número de fatores relacionados também à cultura brasileira. “A nossa sociedade não respalda politicamente a ciência devido a fatores como baixa escolaridade”, apontou. De acordo com Baeta Neves, os cientistas brasileiros devem discutir mais indicadores para medir os impactos da ciência na sociedade, prestar contas e verificar as demandas sociais. “Apresentamos muitas dificuldades para construir uma ponte mais sólida entre a ciência e a sociedade porque faltam espaços de interação”, constatou.

 

Mario Neto Borges, presidente do CNPq, defendeu a ideia de que os pesquisadores devem convencer a sociedade brasileira sobre a importância que têm e, assim, a ciência se tornar um valor social. Para mudar o cenário, segundo ele, a pesquisa brasileira deve demonstrar que é capaz de melhorar a qualidade de vida da população, gerar riqueza e solucionar os problemas nacionais. “Os casos do Zika Vírus e da Microcefalia são exemplos da competência da ciência deste país. Conseguimos resolver dois problemas de saúde pública de modo muito veloz”, manifestou.

 

Wanderley de Souza, da Finep, concluiu a discussão com crítica à falta de investimento em divulgação científica. Para ele, o mundo acadêmico faz muito pouco para se aproximar da sociedade e necessita, entre outras iniciativas, estreitar laços com os meios de comunicação de massa, para pautar a ciência e a tecnologia positivamente na mídia, dando publicidade às pesquisas que vêm sendo desenvolvidas.

 

 

Programação

 

Durante todo o dia 23 de novembro, foram realizados os painéis: Fomento da Pesquisa e da Pós-graduação - balanço e perspectivas; Programa Institucional de Internacionalização (Print, Capes); Assimetrias Regionais e Intra-regionais da Pós-Graduação Brasileira; e Avaliação Quadrienal - Balanço e Perspectivas.

 

As atividades foram finalizadas com a Assembléia Geral do Foprop, o lançamento do novo Portal do Foprop e a eleição da nova Diretoria da entidade.

 

No dia 24, os painéis versaram sobre a Agenda Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação e O Plano Nacional de Pós-Graduação (PNPG) 2011-2020 - Balanço, desafios e perspectivas, seguidos pelo encerramento do evento no início da tarde.

 

Documentos e apresentações estão disponíveis na página web do XXXIII Enprop.

Fonte: 
ACS | Pedro Paz e Rita Ferreira
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