A exposição “Da Cultura de Violência para a Cultura de Paz – transformando o espírito humano”, uma parceria entre a Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e a Associação Brasil SGI (BSGI), reúne 38 painéis, distribuídos em quatro alas, para promover o pacifismo, através de reflexões sobre os prejuízos causados por conflitos armados em todo o mundo. A entrada é gratuita.
A mostra foi aberta nesta segunda-feira (15) e permanecerá em cartaz até esta sexta (19), das 8 às 18h, na Praça do Centro de Ciências Sociais Aplicadas (CCSA), no campus-sede, em João Pessoa, e integra o VI Encontro Unificado de Ensino, Pesquisa, Extensão e Pós-Graduação da UFPB, dentro da XV Semana Nacional de Ciência e Tecnologia.
Segundo o material exibido, há, hoje, um desperdício de mais de U$$ 1,7 trilhão com a indústria bélica, o que daria uma renda média de U$$ 230 para cada habitante do planeta. Os informativos também indicam que, com o investimento de U$$ 50 bilhões em serviços básicos, seria possível eliminar a inanição e a má nutrição em todo mundo e outros U$$ 39 bilhões ao ano seriam capazes de proporcionar educação básica para todas as crianças dos sete continentes.
Exibida, desde 2007, em mais de 230 cidades de 31 países, entre eles Estados Unidos, Suíça, Malásia, República Dominicana e Argentina, neste ano, a exposição apoia as comemorações do 70° aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos e a campanha Stand up 4 Human Rights (“Defenda os Direitos Humanos”, em tradução livre), lançada pela Organização das Nações Unidas (ONU), com o intuito de empoderar cidadãos para a promoção de sociedades mais justas.
A mostra foi idealizada pela organização não-governamental Soka Gakkai Internacional (SGI), representada pela BSGI no Brasil, com base em dois documentos: a "Declaração de Apelo à Abolição das Armas Nucleares", proferida em 8 de setembro de 1957, pelo educador japonês e segundo presidente da Soka Gakkai Josei Toda, e a proposta pelo estabelecimento da “Década de Ações pela Abolição das Armas Nucleares”, apresentada às Nações Unidas em agosto de 2006, pelo atual presidente da SGI Daisaku Ikeda.
Abertura
Na solenidade de abertura da exposição, na tarde desta segunda (15), após apresentação do Madrigal Flor de Lótus, Miguel Shiratori, presidente da BSGI, agradeceu à UFPB e aos demais colaboradores pela parceria e exaltou a Paraíba pelas suas belezas naturais, por conceber artistas como Pedro Américo de Figueiredo e Melo e Ariano Suassuna e alguns intelectuais, entre eles o economista Celso Furtado, e ainda lembrou do jornalista Assis Chateaubriand, um dos homens públicos mais influentes do Brasil nas décadas de 1940 e 1960.
Na imagem ao lado, a reitora Margareth Diniz, o presidente da BSGI Miguel Shiratori, o diretor do CCSA Walmir Rufino e demais convidados inauguram a exposição.
“Esta iniciativa representa uma tentativa de união em prol de uma sociedade pacífica. Para isso, é necessária uma mudança significativa em cada indivíduo. Não dá para vivermos em meio à fome e à miséria. A indústria bélica e as armas nucleares ameaçam a vida no planeta.”, afirmou Shiratori. O presidente da BSGI citou o ativista político norte-americano Martin Luther King Jr. e o economista paquistanês Mahbub Ul Haq, um dos idealizadores do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), para reforçar suas ideias humanitárias.
O diretor do CCSA Walmir Rufino defendeu que a transição da cultura da violência para a cultura de paz deve ser através da educação. Já a reitora Margareth Diniz rememorou sua ida ao Japão, em julho deste ano, para a entrega do título de Doutor Honoris Causa, outorgado pelo Conselho Universitário da UFPB, ao fundador e presidente da SGI, o humanista Daisaku Ikeda. “Lá, pude vivenciar a filosofia japonesa no cotidiano pacífico de seus cidadãos. A UFPB é uma instituição que dissemina a paz. Cada visitante desta exposição será um agente multiplicador da união entre as pessoas.”, prognosticou a gestora.