UFPB recebe selo por combate ao desperdício de alimentos

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O projeto de pesquisa “Por uma gastronomia sustentável: aproveitamento da polpa do coco verde como estratégia para redução do desperdício e combate à fome” da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), em parceria com a Prefeitura Municipal de João Pessoa (PMJP), recebeu selo de reconhecimento do Ministério do Meio Ambiente, enquanto boa prática no combate a perdas e ao desperdício de alimentos, nesta segunda-feira (25), em cerimônia no prédio da Reitoria, no campus-sede, na capital paraibana.

 

O selo é uma premiação concedida por meio da Chamada Pública 01/2018 da pasta do executivo federal, para as melhores ações desenvolvidas no país, em diferentes categorias. O projeto de aproveitamento do coco foi premiado na categoria "processamento" e contribui com três dos 17 Objetivos para o Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU): “Fome zero”, “Consumo responsável” e “Produção responsável”.

 

“Nosso objetivo é, desde sempre, promover a geração de renda de pessoas em situação de vulnerabilidade e, assim, combater a fome e a miséria. A quantidade de resíduos sólidos gerada pela comercialização da água de coco verde é enorme. Nossa responsabilidade é utilizar esses recursos de maneira sustentável, diminuindo o resíduo e combatendo o desperdício da polpa de coco.”, afirma a professora do Departamento de Gastronomia da UFPB e coordenadora da iniciativa Ingrid Dantas.

 

O projeto teve início em 2017 e entra no seu terceiro ano de execução, por meio do edital de Programa de Bolsas de Extensão da Pró-reitoria de Extensão e Assuntos Comunitários (Prac) da UFPB e de parceria firmada com a Diretoria de Economia Solidária e Segurança Alimentar (Dessan) da PMJP.

 

São aproximadamente 11 discentes envolvidos, mais as professoras Patrícia Pinheiro, Nádia Priscila e Estefânia Garcia, do Departamento de Gastronomia; a docente Maria Elieidy Gomes de Oliveira, do Departamento de Nutrição; e a professora Ana Luíza Mattos Braga, do Departamento de Tecnologia de Alimentos, além dos servidores técnico-administrativos Alline Lima e José Marcelo Pereira.

 

Nestes dois primeiros anos de projeto, foram desenvolvidos nove produtos de boa aceitação sensorial produzidos com o coco verde, entre eles pudim, sorvete e moqueca. As técnicas foram ensinadas em oficinas realizadas em cinco cozinhas comunitárias de João Pessoa, para pessoas em situação de vulnerabilidade social.

 

Ingrid Danas avalia que, “na prática, temos enxergado o potencial de utilização da polpa de coco verde, que é amplamente desperdiçada, mesmo tendo excelente qualidade nutricional, além de ser uma matéria de baixo custo que pode ser comercializada no sentido de gerar renda em comunidades carentes.”

 

Para este ano, a equipe de pesquisadores da UFPB está investindo tempo em pesquisa de possíveis produtos desenvolvidos com a polpa do coco verde que tenham potencial mais amplo de comercialização e sejam indicados para industrialização, de modo a viabilizar resultados significativos para a redução do desperdício.

 

“Na parte social, apostaremos no alcance dos vendedores ambulantes do município de João Pessoa, para a produção de receitas com o coco verde como alternativa de geração de renda e consequente combate ao desperdício.”, adianta a coordenadora.

 

Participaram da cerimônia a reitora Margareth Diniz, o diretor do Centro de Tecnologia e Desenvolvimento Regional da UFPB (CTDR) José Marcelino Oliveira Cavalheiro, a coordenadora do projeto Ingrid Dantas, o secretário de Desenvolvimento Social da PMJP João Pessoa Márcio Diego Fernandes Tavares de Albuquerque, a responsável pela Diretoria de Economia Solidária e Segurança Alimentar da PMJP Lúcia Silva e outros gestores.

 

 

Mais de 200 cozinheiros habilitados

 

Para realizar o aproveitamento da popa do coco verde, os pesquisadores interferem na cadeia de comercialização da água. Eles fornecem sacos para que os cocos sejam coletados de forma a garantir a segurança alimentar e nutricional.

 

Assim, não são utilizados os cocos cuja a água foi consumida com canudo ou que já foram lançados ao lixo. Eles são coleados antes de ser descartados. Em laboratório, a polpa é retirada, pesada, etiquetada e congelada para utilização em receitas. A cada novo lote, são feitas análises para controle de qualidade.

 

A comunidade externa já foi beneficiada por essa tecnologia. Mais de 200 usuários das cozinhas comunitárias de João Pessoa foram habilitados para produção das diferentes receitas e alguns já comercializam esses produtos em feiras e praças de João Pessoa. Outras informações podem ser obtidas através do e-mail ingridcdantas@hotmail.com.

Fonte: 
Pedro Paz - Ascom/UFPB | Imagem: Divulgação/Oriel Farias
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