UFPB/UFRN descobrem nova espécie de fungo na Paraíba

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Pesquisas feitas pelas Universidades Federais da Paraíba e do Rio Grande do Norte revelam uma nova espécie de fungo coletada na Restinga de Cabedelo

 

Os Pesquisadores do Centro de Ciências Exatas e da Natureza da Universidade Federal da Paraíba (CCEN/UFPB), Felipe Wartchow e Felipe Gomes Barbosa Pinheiro, ambos do Departamento de Sistemática e Ecologia, e Mariana Cavalcante, do curso de Pós-Graduação em Sistemática e Evolução da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), descobriram uma nova espécie de fungo coletada na Floresta Nacional (FLONA) da Restinga de Cabedelo, na região metropolitana de João Pessoa (PB). Em artigo publicado na revista internacional sobre biologia dos fungos Myscosphere, Volume 4 (2ª) edição, do dia 17 de março de 2013.

 

Nomeada Hydropus griseolazulinus, esta espécie da ordem Agaricales é descrita pela primeira vez no artigo científico "Hydropus griseolazulinus, uma impressionante espécie nova para a Paraíba, Brasil" (Hydropus griseolazulinus, a striking new species from Paraíba, Brazil. Mycosphere 4(2), 218–225).

 

"É a primeira vez que um representante do gênero Hydropus é encontrado no Estado da Paraíba", salienta Felipe Wartchow, professor adjunto da UFPB, complementando que este se trata do primeiro fungo descrito para o Estado desde 1977, quando o micólogo alemão Rolf Singer descreveu o também cogumelo Camarophyllus paraibensis Singer nos arredores de João Pessoa. De acordo com o pesquisador, esta nova espécie "se destaca principalmente pelas tonalidades azuis acinzentadas do basidioma (termo técnico para 'esporocarpo' ou 'corpo-de-frutificação')", que lhes são exclusivas.

 

Wartchow afirma que a importância do fungo para a Floresta Nacional da Restinga de Cabedelo está em "ajudar a degradar a matéria orgânica do local, que irá se transformar em húmus e servir para as plantas". Orione Álvares, analista ambiental dessa unidade de conservação, endossa: "Fungos exercem um papel fundamental em ecossistemas de floresta de restinga, pois contribuem para uma reciclagem rápida e eficiente de nutrientes, uma vez que além de 20 centímetros de profundidade da camada de húmus, só há depósitos de areia marinha pobre em nutrientes".

 

Na Paraíba são 19 espécies catalogadas agora com a Hydropus griseolazulinus. O professor Wartchow ainda acredita que exista mais de 5 milhões de espécies de fungos no mundo todo e apenas uma média de 100 mil estão catalogadas.

 

O pesquisador da UFPB também acredita que a descoberta da Hydropus griseolazulinus deverá mobilizar mais estudantes da área para trabalhar com fungos e, possivelmente, descrever mais espécies novas, registrando novas ocorrências para a Paraíba e o Brasil.

 

O artigo sobre a descoberta pode ser acessado pelo link: http://www.mycosphere.org/vol-4-issue2.php#article4.

 

Contato pelo telefone (83) 3216-7406.

Fonte: 
Agência de Notícias da UFPB - Felipe Ramos (estagiário)
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