Serão exibidos os filmes “Era uma vez eu, Verônica”, longa-metragem de Marcelo Gomes e “A poeira dos pequenos segredos”, curta-metragem de Bertrand Lira
A 9ª edição do Amazonas Film Festival apresenta até sexta-feira mais de 5 mil horas de exibição de filmes. São 37 produções na mostra competitiva, 144 filmes na mostra paralela, totalizando 211 produções cinematográficas. A Paraíba se faz representar com dois filmes: “Era uma vez eu, Verônica”, longa-metragem do pernambucano Marcelo Gomes com o paraibano W.J.Solha, e “A poeira dos pequenos segredos”, curta-metragem de Bertrand Lira, professor da Universidade Federal da Paraíba, que está na mostra competitiva de curtas.
Diretor de “Cinema, Aspirinas e Urubus”, Marcelo Gomes no seu novo filme faz um retrato de Verônica (Hermila Guedes), recém-formada em medicina, nascida e criada em Recife. Verônica atravessa um momento crucial em sua vida: escolha profissional, laços afetivos, capacidade de lidar com a vida nova que se aponta daqui para a frente. Solha faz o papel do pai de Verônica e se encontra em Manaus para representar o filme que será exibido hoje à noite (6). O paraibano é destaque também em outra produção pernambucana, “O som ao redor” de Kléber Mendonça.
Quem também está no festival é o diretor de “A poeira dos pequenos segredos”, Bertrand Lira, para defender seu curta nesta quinta-feira (8). O filme concorre, com mais 13 filmes, a dois troféus: o “Vôo do Pássaro” de Melhor Curta e o Prêmio do Canal Brasil (R$7 mil e 15 mil respectivamente). Projeto do produtor Heleno Bernardo para o Fundo Municipal de Cultura (FMC), o curta tem também roteiro de Bertrand Lira com consultoria de Di Moretti que colaborou com o projeto.
Santiago (Nanego Lira) vive isolado do mundo com sua companheira Otília (Verônica Sousa) que não entende essas suas idas e vindas cada vez mais freqüentes. “O filme aborda questões universais, como conflitos existenciais e o imaginário que o protagonista constrói do mundo que existe além dos limites de seu habitat, com as ações marcadas pela sutileza de olhares e pequenos gestos”, explica o diretor. Um pouco mais de 300 curtas concorreu a seleção. Segundo a curadora Tetê Mattos, o festival tenta contemplar uma diversidade temática e de estilo na recente produção de curtas-metragens no país.
Para o governador do Amazonas, Omar Aziz, o Amazonas Film Festival é um dos grandes incentivos à cultura do Estado. “O investimento em capacitar jovens cineastas amazonenses em produzir os próprios filmes começou com a criação do festival. Estamos no caminho certo”, declara.
O cineasta brasileiro Zelito Viana, ganhador de 12 prêmios nacionais e estrangeiros, foi o grande homenageado na noite de abertura da 9ª edição do Amazonas Film Festival (AFF), no sábado (3), às 19h30, no Teatro Amazonas. Ele é o presidente de honra do festival. Zelito tem 74 anos de idade e atuou como produtor, diretor, roteirista e ator. Em seu currículo constam 21 programas de televisão, 22 longas e oito curtas-metragens. Entre seus trabalhos de destaque recente estão “Villa Lobos - Uma Vida de Paixão” (2000), com Antônio Fagundes, Marcos Palmeira, e Letícia Spiller, no elenco e que será exibido no festival, além de “JK - Bela Noite para Voar” (2009), este ainda inédito, com José de Abreu, Mariana Ximenes e Júlia Lemmertz.
As produções polonesas e luso-brasileiras estrearam no domingo (4), na 9ª edição do Amazonas Film Festival, respectivamente, com “Pequena Moscou”, de Waldemar Krzystek, e “Aniki Bobô”, de Manoel de Oliveira. A “Pequena Moscou”, por exemplo, produção de 2008, é um drama com censura 14 anos e é uma emocionante história de um amor proibido em meio a uma conturbada situação política da época.
O Festival faz uma importante homenagem a um dos melhores filmes brasileiros de todos os tempos, vencedor da Palma de Ouro no Festival de Cinema de Cannes (França) há 50 anos, “O Pagador de Promessas”, grande homenageado do 9º Amazonas Film Festival (AFF). A obra de Anselmo Duarte e história de Dias Gomes retrata com perfeição e simplicidade os dramas e antagonismo comuns ao cotidiano da grande maioria dos brasileiros até os dias de hoje: Zé do Burro, magistralmente interpretado por Leonardo Villar, e sua mulher Rosa (Glória Menezes) vivem em uma pequena propriedade no interior da Bahia.
Dois filmes amazonenses competem entre os grandes do festival
As duas produções amazonenses que competem nas principais mostras competitivas do 9º Amazonas Film Festival – Curta Brasil e Internacional de Longa-Metragem -, “Rota da Ilusão” e “A Floresta de Jonathas”, foram exibidas no domingo, no Teatro Amazonas. “Rota de Ilusão” é um curta de Dheik Praia, com censura de 14 anos. Nele, Núbia, uma jovem do interior paraense, sai de sua cidade natal para trabalhar em Manaus. Durante o percurso, ela percebe que seus planos são ingênuos e decide mudar. A rota vira a do garimpo na Guiana Francesa. Mas, o destino lhe prega uma peça e ela se vê sem opções. O único elo com seu passado é seu filho, motivo pelo qual ela decide se livrar de todas as amarras do presente.
“A Floresta de Jonathas” encerrou a Première Brasil do Festival do Rio e entrou para a história como a primeira produção do Norte do Brasil a participar do evento desde que foi criado, há 14 anos. O longa também será o primeiro filme dirigido por um cineasta local que concorrerá com produções de países como França, Dinamarca, México, Reino Unido e EUA ao prêmio de melhor filme na categoria internacional.
Mais informações na página www.amazonasfilmfestival.com.br.