Leonardo Sakamoto: “É preciso que o jornalismo se reinvente”

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Professor da PUC-SP foi um dos palestrantes da 1ª Semana de Jornalismo da UFPB, que tratou sobre as manifestações públicas ocorridas em junho, no Brasil

 

O jornalista e professor da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), Leonardo Sakamoto, participou da 1ª Semana de Jornalismo da UFPB, enfatizando sobre a temática “O papel do jornalismo no movimento #AcordaBrasil”, promovido pelo Centro Acadêmico de Jornalismo, nos dias 14, 15 e 16 de agosto no Auditório do CCHLA, Campus de João Pessoa. Sakamoto foi convidado para fazer uma explanação geral sobre as manifestações que aconteceram no mês de junho em todo o Brasil, mais especificamente na cidade de São Paulo.

 

Durante as discussões, Leonardo Sakamoto afirmou que a mídia tradicional, antes contra as manifestações, teve que reavaliar o processo e conceder um novo significado, a partir dos anseios da população. “Foi o caso do Arnaldo Jabor, que teve que pedir desculpas em sua coluna depois de ter afirmado que as mobilizações não representavam os mais pobres do país”, citou.

 

O professor da PUC-SP criticou também a classe política, pois tinham dificuldades em entender o que estava acontecendo no país. “Eles viam as redes sociais como canais de marketing. Na verdade, elas são instrumentos de construção e reconstrução da realidade. Facebook, Twitter, não geram revolução. É a pessoa que o usa”, ressaltou. “Não era uma micareta. Os jovens estavam satisfeitos por estarem ocupando as ruas e verem que estavam lutando por algo”, acrescentou.

 

Concluindo, Sakamoto disse que o jornalismo, após as manifestações, precisa achar o seu caminho. “Os jornalistas têm como obrigação conhecer a história de seu país para entender os contextos sociais. O jornalismo vai ser mudado radicalmente. É o grande desafio da profissão. É preciso reinventar-se”.

 

Leonardo Sakamoto

 

Jornalista e doutor em Ciências Políticas, Leonardo Sakamoto cobriu conflitos armados e o desrespeito aos direitos humanos em Timor Leste, Angola e no Paquistão. Professor de Jornalismo na PUC-SP é também coordenador da ONG Repórter Brasil e representante na Comissão Nacional para a Erradicação do Trabalho Escravo.

Fonte: 
Agência de Notícias da UFPB - Ítalo Rômany (estagiário)
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