Autobiografia é uma homenagem da Boitempo Editorial e a publicação vem acrescida de fotografias e textos inéditos num único volume
O livro “Memórias”, de Gregório Bezerra, será lançado nesta quinta-feira (6), às 19h, no auditório da Central de Aulas da UFPB, como debate “Mística, Luta e Utopia: o papel do indivíduo na história – A vida de Gregório Bezerra”. Terá como debatedores os professores Lúcia de Fátima Guerra, Alder Júlio Calado, Maria de Nazaré Zenaide e Roberto Arraes. O lançamento acontece 32 anos após a edição, em 1979, da autobiografia daquele que é considerado ícone da resistência à ditadura militar e agora é homenageado pela Boitempo Editorial com a publicação acrescida de fotografias e textos inéditos e em um único volume.
O evento está sendo organizado pelo Setor de Estudos e Assessoria a Movimentos Populares (Seampo).
Autobiografia conta a trajetória do camponês pernambucano alfabetizado aos 27 anos que virou militar, um dos líderes do movimento comunista, foi torturado e se tornou símbolo da luta contra a ditadura.
“Memórias” conta com a contribuição de Jurandir Bezerra, filho de Gregório, que conservou a memória de seu pai; da historiadora Anita Prestes, filha de Olga Benário e Luiz Carlos Prestes, que assina a apresentação da nova edição; de Ferreira Gullar na quarta capa; e de Roberto Arrais no texto de orelha. Há também a inclusão de depoimentos de Oscar Niemeyer, Ziraldo, da advogada Mércia Albuquerque e do governador de Pernambuco (e neto de Miguel Arraes) Eduardo Campos, entre outros.
Em “Memórias”, o líder comunista repassa sua trajetória de vida e resgata um período da história política brasileira. O depoimento abrange o período entre seu nascimento (1900) até a libertação da prisão em troca do embaixador americano sequestrado, em 1969, e termina com sua chegada à União Soviética, onde permaneceria até a Anistia, em 1979. No exílio começou a escrever sua autobiografia.
Nascido em Panelas, no Agreste pernambucano, a 180 km de Recife, Gregório era filho de camponeses pobres, que perdeu ainda na infância, e com cinco anos de idade já trabalhava com a enxada na lavoura de cana-de-açúcar. Analfabeto até os 25 anos de idade e militante desde as primeiras movimentações de trabalhadores influenciados pela Revolução Russa de 1917, Bezerra teve papel de destaque em momentos políticos da esquerda brasileira, e por conta disso totalizou 23 anos de cárcere em diversos presídios e épocas. Foi deputado federal (o mais votado em 1946) pelo Partido Comunista Brasileiro (PCB) e combatente do regime militar.
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