Galeria do INSS homenageia professor Nivalson Miranda

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O professor da UFPB dá nome à Galeria de Exposições localizada no térreo do edifício-sede do INSS, Rua Barão do Abiaí, nº 73, Centro; funciona das 9h às 16h

 

A Gerência Executiva do INSS em João Pessoa inaugurou a Galeria de Exposições Temporárias com a mostra do professor, pesquisar e artista plástico da Universidade Federal da Paraíba - que leva o nome da galeria - Nivalson Miranda. A exposição ficará em cartaz até o dia 29 de novembro.

 

A exposição do artista conta com um recorte pontuado de diversos trabalhos de sua obra, produzidos desde a década de 1960 até 2012. Na Galeria do INSS estão expostos painéis em cerâmica vitrificada, aquarelas, gravuras e obras em linóleo, num total de 98 obras. A exposição apresenta apenas uma pequena parcela diante da dimensão grandiosa do quantitativo de sua produção em mais de 50 anos de atividade. Os trabalhos do artista apresentam uma preocupação com a preservação da história e do patrimônio cultural, principalmente arquitetônico da Paraíba, do litoral ao Sertão do Estado.

 

Todo o trabalho de curadoria foi desenvolvido pelo servidor do INSS, Bertrand Martins, em parceria com a restauradora Piedade Farias do Instituto do Patrimônio Histórico e Artistico da Paraíba (IPHAEP). “O nosso trabalho foi de procurar dar a devida dignidade e visibilidade à força de um artista como Nivalson. Certamente Nivalson Miranda está no mesmo patamar de Ariano Suassuna no que diz respeito a valorização da Cultura do Nordeste. Ele deixou sua contribuição para as artes plásticas, com uma produção baseada em pesquisas minuciosamente desenvolvidas, principalmente com ênfase no regionalismo histórico.”

 

A exposição foi construída com respeito e cuidado à obra do artista, valorizando as suas singularidades. A família de Nivalson, que esteve presente no lançamento da exposição, demonstrou interesse em realizar a doação de todo o acervo do artista para o INSS. Essa doação irá compor uma ala especial no primeiro Museu do INSS que será instalado na cidade de João Pessoa, com previsão para 2014.

 

Por conta da carência de espaços exclusivos para a arte no Brasil, desde a década de 1930, órgãos públicos abriram as portas para a disseminação da produção da arte nacional. Na década de 50, o antigo IPASE, na cidade de João Pessoa, realizou a Exposição “100 anos da pintura brasileira”, com obras de Pedro Américo, Aurélio de Figueiredo, Tomás Santa Rosa, dentre outros. Essa exposição foi inaugurada pelo escritor e político José Américo de Almeida e contou também com a presença de outro expoente da arte literária brasileira, José Lins do Rego.

 

“Numa cidade como a nossa que ainda não tem um museu, a abertura dos órgãos públicos para escoar a produção de arte local, torna-se algo de uma dimensão muito significativa. Estamos reconhecendo o espaço público como um espaço democrático e de valorização Cultural. Essa é também uma forma de prestação de serviço à sociedade, na medida em que estimulamos a produção da arte local”, destacou o gerente-executivo José Antonio Cavalcanti.

 

A Galeria de Exposições Temporárias do INSS está funcionando de forma experimental, até o primeiro semestre de 2014, data em que será lançado o edital de ocupação. Fica localizada no térreo do edifício-sede do INSS (Rua Barão do Abiaí, nº 73 – Centro), funcionando das 9h às 16h. Entrada gratuita.

 

Nivalson Fernandes de Miranda nasceu em João Pessoa no dia 1º de fevereiro de 1927, (então Nossa Senhora das Neves da Parahyba do Norte). Aos 3 anos, junto com seus pais, mudou-se para Recife-PE retornando com 12 anos de idade. Estudou na Escola de Artífice, onde aprendeu a arte de tipografia e encadernação. Mudou-se para São Paulo onde permaneceu 12 anos, regressando para Paraíba em 1951. Em 1959 concluiu o Científico no Colégio Liceu Paraibano e em 1963 formou-se em Farmácia e Bioquímica na UFPB; fez Especialização em Análise Química em Minas Gerais, voltando novamente à Paraíba como professor da UFPB, onde atuou por 27 anos, lecionando, pesquisando e publicando trabalhos científicos. Nivalson foi professor aposentado da UFPB, pesquisador, poeta, documentarista icnográfico (autodidata), artista plástico e heraldista. Em 1990 pesquisou na Várzea da Bacia do Paraíba, Camaratuba, Mamanguape e Sertão, documentando Monumentos antigos, Engenhos, Casas Grandes, Capelas e Ruínas. Em aproximadamente 700 trabalhos, registrou os monumentos históricos do Brasil, tombados ou não, como forma de testemunhar nosso passado. Realizou cerca de 20 exposições, foi condecorado pelo Governo de Pernambuco com Medalha pelo trabalho em xilogravura pelos 150 anos da Independência do Brasil e agraciado pelo Instituto Histórico e Geográfico da Paraíba (IHGP). Utilizava-se para documentar suas pesquisas e descobertas das mais variadas formas e artes: desenho a lápis, fotografias, bico de pena, azulejaria/cerâmica vitrificada, aquarela, xilogravura, madeira e linóleo, couro pirografado e pintura a óleo. Faleceu no dia 17 de agosto de 2013.

 

Mais informações pelo telefone: (83) 3216-2146.

 

Foto: Jucileide Araújo

Fonte: 
Agência de Notícias da UFPB - Com assessoria
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