Diretor do CI fala de tecnologia digital brasileira em Cabo Verde

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Guido Lemos recebeu convite do embaixador brasileiro e participou de encontros com vários ministérios; o Brasil oferece apoio técnico e científico

 

O Brasil deve ampliar a cooperação com o Governo de Cabo Verde e oferecer apoio técnico e científico nas áreas de telessaúde, cinema e televisão digital, compartilhando com os cidadãos daquele país o conhecimento sobre as mais recentes inovações tecnológicas que geram inclusão social, através do acesso à informação. A avaliação é do professor e diretor do Centro de Informática (CI) da UFPB, Guido Lemos, ao informar sobre os resultados da visita que fez ao Cabo Verde, na semana passada, onde falou para vários ministérios sobre o processo de implementação do Sistema Brasileiro de Televisão Digital Terrestre (SBTVD-T) e de outros avanços nacionais no desenvolvimento das Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs).

 

Guido Lemos esteve na Cidade de Praia, atendendo convite do embaixador brasileiro João Inácio Padilha, que o acompanhou em reuniões com o ministro dos Assuntos Parlamentares, Rui Semedo; o ministro do Ensino Superior, Ciência e Inovação, António Correia e Silva; o representante do Governo para a área de Telemedicina, Miguel Lopes; o presidente da Agência Nacional das Comunicações (Anac), David Gomes; o ministro da Cultura, Mário Lúcio, além de uma visita à Televisão do Cabo Verde (TCV).

 

Na atualidade, o governo do Cabo Verde está desenvolvendo um conjunto de ações visando digitalizar o sistema de radiodifusão televisiva, que ainda opera no modelo analógico de transmissão. De acordo com o professor, os caboverdeanos deverão optar entre o padrão de TV digital adotado pelo Brasil ou o sistema europeu.  Durante os encontros com autoridades, Guido Lemos destacou características do padrão brasileiro como mobilidade e interatividade, ressaltando o papel que o Núcleo Lavid (Laboratório de Aplicações de Video Digital) da UFPB e outras universidades brasileiras tiveram no desenvolvimento do middleware ginga, o software que permite a interatividade na TV digital, reconhecido como padrão mundial pela União Internacional de Telecomunicações.

 

Na reunião com o ministro do Ensino Superior, Ciência e Inovação, António Correia e Silva, Guido Lemos falou sobre a experiência consolidada de várias universidades brasileiras na área de ensino a distância, com o uso da internet e outras plataformas, destacando o potencial da TV digital interativa para ampliar o acesso de mais pessoas à educação. Ele disse que o ministro demonstrou grande interesse em promover uma cooperação com o Brasil, de modo que o nosso país compartilhe essa expertise com o setor educacional do Cabo Verde, onde há uma crescente demanda por formação profissional. O ministro, segundo Guido Lemos, acredita que a partir do domínio de novas técnicas de ensino mediado pelas novas tecnologias o Cabo Verde poderá vir a ser não somente desenvolvedor de conteúdos mas, também, um exportador para toda a África.

 

Ele disse que em todas as oportunidades que teve de dialogar com os representantes do Governo ressaltou que mais importante que a tecnologia é o uso social que se faz dela. No contato com o ministro da Cultura, Mário Lúcio, Guido Lemos foi informado que o intercâmbio do Brasil com esse ministério se fortaleceu quando Gilberto Gil esteve à frente da pasta da Cultura.  Na ocasião, o professor deu exemplos de uso social da TV digital interativa, mostrando como poderá ser utilizada para divulgar e popularizar a cultura nacional.

 

O ministro da Cultura, de acordo com Guido Lemos, demonstrou muito interesse em conhecer o projeto de Cinema Digital do Núcleo Lavid/UFPB, que está realizando testes de projeção de filmes em UHD (ultra high definition), em salas de cinema digital, com transmissão ao vivo de eventos esportivos, espetáculos e cirurgias para uso de educação continuada em telemedicina.  Em Cabo Verde, o Governo desenvolve um projeto de recuperação de salas de cinema e vislumbra a possibilidade de utilizar essa tecnologia de projeção digital.

 

Nas reuniões com representantes da área de saúde de Cabo Verde, Guido Lemos fez uma explanação sobre a experiência brasileira em educação permanente dos profissionais de saúde que atuam no SUS, a Universidade Aberta UNA-SUS. Criada em 2010, pelo Ministério da Saúde, essa universidade é formada por uma rede colaborativa de instituições de ensino superior.  O professor informou sobre a gratuidade dos cursos, que são oferecidos na modalidade de educação a distância. Essa iniciativa, conforme ele, também encontrou boa receptividade entre os membros do Governo, que desejam implementá-la naquele país.

 

A troca de conteúdos audiovisuais entre as emissoras de TV públicas do Brasil e a Televisão do Cabo Verde (TCV) foi um dos pontos discutidos durante a visita de Guido Lemos à sede da emissora, onde conheceu o parque tecnológico e falou de funcionalidades e do potencial da TV digital interativa. O professor informou sobre a experiência do Projeto Brasil 4D, que testou os recursos da TV digital com famílias de baixa renda de João Pessoa,  uma iniciativa da Empresa Brasil de Comunicação  (EBC) e da qual o Núcleo Lavid/UFPB participou. A ferramenta JCollab, desenvolvida pelo Núcleo Lavid/UFPB, com apoio da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP), também foi apresentada aos jornalistas caboverdeanos. Trata-se de uma ferramenta de produção colaborativa de programas jornalísticos para TV, organizada a partir de uma rede social.

 

Confira a entrevista do professor Guido Lemos veiculada em Cabo Verde: http://www.rtc.cv/index.php?paginas=13&id_cod=28675.

Fonte: 
Agência de Notícias da UFPB- Com informações do CI
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