Festival ‘É Tudo Improviso’, produção da UFPB, chega à Capital

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O evento será aberto nesta terça-feira, às 10h, no auditório do Centro de Tecnologia, Campus I, com a participação dos seis selecionados para o festival

 

“É Tudo Improviso - Festival de Filmes Longa Metragem produzidos no interior paraibano”, que já passou por seis municípios do Estado, chega nesta terça-feira (13), a João Pessoa. O festival começou em 10 de abril e deu oportunidade a moradores de Taperoá, Junco do Seridó, Soledade, Cuité, Manaíra e Queimadas terem contato com o cinema e conhecerem os filmes realizados e interpretados por pessoas do convívio diário de cada um. Todos os realizadores são autodidatas e contam apenas com amigos e familiares, além do apoio financeiro dos comerciantes locais, para a produção dos seus filmes.

 

Na Capital, o evento será aberto nesta terça-feira, às 10h, no auditório do Centro de Tecnologia (CT) da UFPB, com a participação dos seis selecionados para o festival: José Sawio, de Queimadas; Hebertt Cavalcanti, Taperoá; Benedito Pereira, Junco do Seridó; Ivanildo Gomes, Soledade; Armando Venâncio, Cuité, e Saturnino Pereira, de Manaíra. Após a abertura oficial, será apresentado um documentário sobre os fazedores de filmes participantes do festival.

 

As exibições começam na quarta-feira (14). Às 9h15, será exibido o filme Zé Lezin e Zé Pretin, de José Sawio, e às 15h15, Lampião em Taperoá, de Hebertt Cavalcanti. Na quinta-feira (15), às 9h15, será a vez de A Picada Mortal 3, de José Benedito (O Homem Marimbondo), e às 15h15, Nove Marmanjos e o Rabo da Cabrita, de Ivanildo Gomes. No último dia do festival, sexta-feira (16), o público poderá conferir os longas Procurado, de Armando Venâncio (Bone), às 9h15, e Botija II – O Homem que Enganou a Morte, de Saturnino Pereira, às 15h15. Antes de cada exibição, será apresentado o documentário sobre os fazedores, e, depois dos filmes, haverá debate.

 

O “É Tudo Improviso” nasceu da ideia de promover um encontro de fazedores de filmes longa metragem, autodidatas, que reúnem familiares e amigos, moradores da região onde vivem, para contar histórias através do cinema. De acordo com o coordenador Valdir Santos, a intenção é fazer circular a produção de fazedores de filmes na Paraíba, valorizando o trabalho e preservando a integridade e a criatividade de cada um.

 

“O reconhecimento público dos arranjos operacionalizados através de uma cooperação solidária para realização das obras fílmicas já é uma realidade. Esse fenômeno cultural tem elevado a autoestima das pessoas direta e indiretamente ligadas aos processos da cultura criativa, que realiza a integração das diversas comunidades ao fazer o resgate e a preservação de suas identidades, dos seus bens simbólicos material e imaterial, provocando a visibilidade e valorização deste nicho revolucionário e sua consequente repercussão midiática, abrindo novas janelas de distribuição destes cineastas caboclos”, destacou Valdir.

 

Segundo ele, os municípios diretamente envolvidos no evento contribuíram com o bom nível dos debates. “A população sente-se envolvida e reconhece o potencial do fazedor de filmes, que antes era taxado de louco, desocupado, vagabundo, e hoje, desponta como referência no município e em algumas regiões do Brasil. O cineasta de casa, com muita criatividade e improviso, tem realizado muitas produções fundo de quintal e vem ganhando notoriedade. Reconhecer esses fazedores de filmes como reais expressões da cultura interiorana, não é exagero. Eles buscam na dificuldade superar todos os obstáculos com determinação e muitos longa metragens”, completou.

 

Para o curador e idealizador do “É Tudo Improviso”, Wills Leal, presidente da Academia Paraibana de Cinema, essa é uma oportunidade de se constatar o espírito criativo e, consequentemente, inteligente do povo paraibano, mas precisamente daqueles que vivem no interior.

 

“Com a cara e a coragem, eles dão uma demonstração de arte vinculada aos valores mais autênticos da nossa realidade. E é exatamente em busca de interpretar esse fenômeno que se montou e se operacionaliza esse projeto. Com ele, será possível se mapear, estudar, criticar e tirar conclusões que servirão para análises mais profundas, em nível acadêmico, sobre uma realidade cultural que aparentemente seria impossível, tendo em vista as precárias condições econômicas, técnicas e até mesmo políticas do interior do nosso Estado”, destacou Wills Leal.

 

Debates – Após a exibição dos filmes, haverá debates com artistas e produtores culturais, a exemplo de Lúcio Vilar, Osvaldo Meira Trigueiro, Hildeberto Barbosa, Alex Santos, André Piva, Torquato Joel, Mirabeau Dias, Reginaldo Marinho, Durval Leal, Matheus Andrade, Regina Baracuy, Artur Lins, Everaldo Vasconcelos, João de Lima, Damião Ramos, Carlos Anísio, Eriberto Coelho e Wills Leal.

 

Também vão debater os filmes, o superintendente do Sebrae/PB, Luiz Alberto de Amorim; o diretor administrativo e financeiro do Sebrae/PB, Ricardo Jorge Madruga; o pró-reitor da PRAC/UFPB, Orlando Villar Filho; a pró-reitora de Graduação da UFPB, Ariane Norma de Menezes Sá; a coordenadora do NUPPO/UFPB, Beliza Áurea de Arruda Melo, e o pró-reitor da UEPB, Francisco Pereira da Silva Júnior.

 

As mesas serão presididas pelos prefeitos das cidades participantes do evento: Jacó Moreira Maciel (Queimadas), Jurandi Gouveia Farias (Taperoá), Cosmo Simões de Medeiros (Junco do Seridó), Flávio Aureliano Neto (Soledade), Euda Fabiana Farias Venâncio (Cuité) e José Simão de Sousa (Manaíra).

 

O festival “É Tudo Improviso” é uma realização da UFPB/Prac/Coex, patrocinado pelo FIC – Fundo de Incentivo a Cultura Lei Augusto dos Anjos/ Governo do Estado da Paraíba/Secretaria de Estado da Cultura, e conta com a parceria das prefeituras participantes e ainda das TVs RCTV/Sistema Correio, Master, Assembleia, Câmara Municipal de João Pessoa, Arapuan e Cidade, além da Academia Paraibana de Cinema, Sebrae e Sesc.

 

Fonte: 
Agência de Notícias da UFPB - Com Assessoria
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