“Ciclo de Debates Compartilhando Memórias: As que não serão esquecidas” será nesta terça-feira (25), às 19h30, no auditório do Prédio Central do CCA
A vida da sindicalista Margarida Maria Alves, assassinada em 1983 por defender os direitos dos trabalhadores e lutar contra a ditadura militar, será tema de mais uma sessão do “Ciclo de Debates Compartilhando Memórias: As que não serão esquecidas” que vai acontecer nesta terça-feira (25), às 19h30, no auditório do Prédio Central do Centro de Ciências Agrárias (CCA) da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), em Areia.
O evento integra a programação da II Semana de Ciência, Tecnologia, Esportes, Cultura e Artes (SECITEAC) que ocorre a partir de amanhã (25) até quinta-feira (27), no Campus II. O encontro vai resgatar a história de Margarida Maria Alves que foi presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Alagoa Grande com os depoimentos de suas companheiras Maria da Soledade Leite, Luzia Soares Ferreira e Waldenice do Nascimento Silva. As três conviveram com Margarida na luta em defesa do trabalhador rural.
Com a coordenação da mesa da professora Anita Leocádia do Centro de Ciências Agrárias (CCA), filha do saudoso José Peba, ex-vereador em Campina Grande e perseguido da Ditadura Militar. O programa integra o Projeto Acervo e Memória da Ditadura na Paraíba, do Núcleo de Cidadania e Direitos Humanos da UFPB com apoio do MEC e da Pró-Reitoria de Extensão para Assuntos Comunitários da UFPB, que está organizando o acervo do Departamento de Ordem Social e Política (DOPS), sob a coordenação dos professores Giuseppe Tosi e Lúcia Guerra.
O Ciclo tem como objetivo colher os depoimentos de militantes que foram fichados durante o período da Ditadura Militar para serem catalogados e posteriormente mostrados aos mais jovens sobre os acontecimentos daquela época.
Margarida Maria Alves
Foi presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Alagoa Grande. Filha mais nova de uma família de nove irmãos, foi ela que esteve à frente, enquanto sindicalista rural eleita para a presidência do sindicato em 1973, da luta por direitos básicos dos trabalhadores rurais de Alagoa Grande, tais como carteira de trabalho assinada e 13º salário, jornada de trabalho de 8 horas e férias.
Durante o período que esteve à frente do sindicato – sendo a primeira mulher a lutar pelos direitos trabalhistas durante a Ditadura Militar – ela foi responsável por mais de cem ações trabalhistas na Justiça do Trabalho local. Sua atuação no sindicato entrou em choque com os interesses da maior usina de açúcar local (Usina Tanques), de alguns senhores de engenho, remanescentes do período em que os engenhos dominavam a economia açucareira local e estadual e de fazendeiros não ligados à lavoura da cana. O proprietário da Usina Tanques era o líder do chamado grupo da Várzea e o seu genro, então gerente da usina, foi o acusado de ser o mandante do assassinado de Margarida Maria Alves no dia 12 de agosto de 1983. Margarida em seus discursos dizia: “É melhor morrer na luta do que morrer de fome”.
Informações sobre o evento pelo telefone (83) 3362-2300 ou no e-mail icandido@cca.ufpb.br.