Seminário debate cultura Afro-Brasileira e Afro-Paraibana

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Tem como proposta promover discussões sobre história, literaturas africanas e da diáspora negra, educação, ações afirmativas e relações étnico-raciais

 

Desta terça-feira (4) até quinta-feira (6) serão realizados no Centro de Ciências Humanas e Letras (CCHLA/UFPB) o V Seminário Nacional de Estudos Culturais Afro-Brasileiros e a III Semana Afro-Paraibana. O tema deste ano é Estudos Culturais e Relações Étnico-Raciais. Serão homenageados Auta de Souza e Cardoso Vieira, este último foi um dos primeiros jornalistas negro da Paraíba.

 

Estarão presentes nos dois eventos pesquisadores internacionais, além de cerca de 400 pessoas de todo o país. É uma realização do Programa de Pós-Graduação em Letras, NEABI e Programa de Pós-Graduação em História.

 

Dando sequência aos Seminários anteriores, ocorridos em 2005, 2007, 2010 e 2012 o V Seminário Nacional de Estudos Culturais Afro-Brasileiros, tem como proposta promover discussões sobre história, literaturas africanas e da diáspora negra, educação, ações afirmativas e relações étnico-raciais.

 

A exemplo dos quatro primeiros Seminários, nos quais foram homenageadas figuras representativas do universo artístico e cultural, como Carolina Maria de Jesus, Grande Otelo, Lima Barreto, Oliveira Silveira e José Tenreiro, Chica Barrosa e Inácio da Catingueira, o V Seminário homenageará Auta de Souza e Cardoso Vieira

 

Além das conferências, apresentações de comunicações e painéis, os participantes também poderão se inscrever em minicursos.

 

Ao realizar a III Semana Afro-paraibana, o NEABI/UFPB tem como objetivo difundir conhecimentos acerca da população afro-paraibana; sensibilizar, informar e formar educadoras/es, graduandos/os, e outros públicos, sobre a Lei 10.639/03 (História da África e da Cultura Afro-brasileira); e também propiciar debate entre os NEABs das universidades da Paraíba e de outros estados do Brasil.

 

AUTA DE SOUZA(1876 – 1901) - Nasceu no Estado do Rio Grande do Norte, na pequena cidade de Macaíba, em 12 de Setembro de 1876. Única filha mulher, de uma família aristocrática, estudou no Colégio São Vicente de Paula, em Recife. Seus primeiros poemas foram publicados na revista Oásis de Natal, ainda com 18 anos, e em revistas como A Mensageira (São Paulo). Em 1901 publicou o livro Horto, prefaciado por Olavo Bilac. A terceira edição do livro contou com o prefácio de Alceu Amoroso Lima. Para Genilson de Azevedo Farias, o silenciamento da autora em relação à própria cor talvez seja um dos motivos para a aceitação da sua obra na imprensa e brasileira e entre os críticos literários da época: “Assim, sempre que falarmos em escrita feminina no século XIX a obra de Auta vai ter grande importância, sobretudo por ela representar uma pequena parcela de mulheres negras que ficaram conhecidas pelo hábito da escrita (...).”

 

CARDOSO VIEIRA(1848 – 1880) - Sua vida foi marcada por polêmicas, onde quer que tenha atuado, seja como advogado, jornalista, poeta, professor ou deputado, foi sempre um polemista nato. Em seus anos de estudo na Faculdade de Direito do Recife participou, ao lado de outros estudantes das províncias do Norte, de um movimento literário chamado de Condoreirismo, fundado por Tobias Barreto e que teve como proeminência o poeta dos escravos, Castro Alves. Após passar cerca de nove anos estudando em Recife retornou à sua província de origem, em 1871. No ano seguinte ao seu retorno, assumiu a cadeira de retórica no Liceu Provincial, com apenas 24 anos de idade. Atuou nesta instituição educacional durante sete anos, até 1878, quando assumiu o cargo de Deputado Geral. Como jornalista, fundou em 1875 o periódico O Bossuet da Jacoca, um jornal em que Cardoso Vieira travou seus principais embates políticos com o já respeitado Padre Lindolfo Correia. Paralelo a isso atuou como redator e depois diretor do jornal O Despertador, órgão do Partido Liberal. Em meio a tudo isso exerceu também o cargo de Chefe de Polícia interino, entre Março de 1877 e Maio de 1878. Cardoso Vieira pode ser visto como fruto da histórica resistência dos africanos e seus descendentes aos males que a escravidão trouxe ao seu grupo étnico-racial durante o longo período, quase quatro séculos, de vigência do sistema escravista.

 

Para mais informações acesse o link: https://sites.google.com/site/vseafro/home.

Fonte: 
Agência de Notícias da UFPB - Com Assessoria
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