Espetáculo marca os 30 anos do Grupo Suspensório Produções Artísticas

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A peça “Anayde Beiriz: história a ser contada” será apresentada em João Pessoa nesta sexta-feira (23) e dia 29 deste mês, às 19h, no auditório da FUNJOPE – antigo Clube Cabo Branco, no Centro. Trata-se de um solo cênico com Georgina Furtado Franca e montagem teatral do Grupo de Teatro Suspensório Produções Artísticas, no aniversário dos trinta anos do grupo. A apresentação recebe o apoio da ADUFPB e do Centro de Comunicação, Turismo e Artes (CCTA) da UFPB. O texto é de José Flávio Silva e tem direção de Carlos Cartaxo. Entrada gratuita.

 

Neste trabalho, o encenador buscou uma narrativa que fortalece a poética no que concerne ao diálogo literário entre Heriberto Paiva e Anayde Beiriz. O forte é carga dramática que as cartas entre eles conduzem. Todo trabalho de interpretação foi construído a partir das metáforas e entrelinhas que a literatura produzida por Anayde e Heriberto transmitem.

 

A atriz Georgina Furtado Franca interpreta 6 personagens: Anayde, Heriberto, Ágaba, Sadi, o guarda e a narradora. Na construção das personagens, a atriz trabalha com o método das ações físicas intercalando-o ao longo do processo criativo com procedimentos da narrativa do teatro épico.

 

A montagem, que tem duração de 50 minutos, também resgata a criação literária de Anayde Beiriz que foi renegada, vítima do conflito político entre João Dantas e João Pessoa, e do moralismo da época que a condenou desrespeitosamente, imputando inverdades sobre a mulher que revolucionou os costumes de Parahyba e, consequentemente, foi considerada à frente de seu tempo.

 

A peça tem patrocínio do Fundo de Incentivo a Cultura (FIC), Secretaria de Cultura da Paraíba, Funarte e Governo Federal.

 

O Suspensório Produções Artísticas é um grupo teatral fundado em 10 de junho de 1984, em João Pessoa – PB, que tem priorizado a montagem de espetáculos educativos e comprometidos com a cultura brasileira. Ao avançar nos seus 30 anos de atuação o grupo optou, por homenagear a mulher, a cultura e a história paraibana, representada por Anayde Beiriz, nos 110 anos de seu nascimento, com a montagem de Anayde – história a ser contada.

 

Anayde Beiriz

Nasceu em João Pessoa em 18 de fevereiro de 1905 e faleceu em Recife em 22 de outubro de 1930. Seu nome se tornou ligado à História da Paraíba e do Brasil, devido à tragédia em que foi envolvida, juntamente com o advogado e jornalista João Duarte Dantas, em 1930. Anayde foi revolucionária porque rompeu com a mentalidade conservadora da sociedade brasileira à época. Ela participava ativamente como poetisa, do movimento intelectual, escrevia para revistas e jornais e sempre, estava envolvida em acontecimentos artísticos, frequentando saraus literários. Na Paraíba, Anayde era vista com restrições por causa das ideias progressistas que defendia. Como cidadã, estimulava a participação das mulheres na política, que na época sequer podiam votar.

 

Georgina Furtado Franca

Atriz e bailarina. Doutora em Educação Artística - Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto, Portugal, com a pesquisa: Uma Experiência de Intervenção Performática em Busca de Outra “Narrativa” na Aprendizagem da Arte. É Licenciada em Teatro pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB), e graduada em Engenharia Civil pela mesma universidade. Realizou experimentos performáticos com artesãos no Centro Nacional de Artesanato em Mindelo, São Vicente, África e com professores  da  rede municipal do Porto no Museu Nacional de Transportes e Comunicações, Portugal. Dirigiu e produziu os espetáculos: “Carmen”, “Tango”, “Don Quixote”, “A História da Dança” e “O Quebra-Nozes”. Pesquisadora do grupo de pesquisa Teatro na Educação, Linha de Pesquisa: Possibilidades Narrativas para o Ensino da Arte, da Universidade Federal da Paraíba.

 

Carlos Cartaxo

Doutor em Artes Visuais e Educação pela Universidade de Barcelona (2013). Mestre em Engenharia de Produção pela Universidade Federal da Paraíba (1987). Especialista em Educação Superior pela Universidade da Amazônia (1992). Graduado em Engenharia Mecânica e Licenciado em Educação Artística pela Universidade Federal da Paraíba (1987). Atualmente é professor efetivo da Universidade Federal da Paraíba. Tem experiência na área de Artes, atuando principalmente nos seguintes temas: Artes Cênicas, com dezenas de peças encenadas, e como ator e autor teatral; Artes Visuais, com artigos, exposições e cenários projetados; educação, como professor do ensino fundamental, médio e superior. Tem vários livros escritos. Dentre eles, o romance “A família Canuto e a luta camponesa na Amazônia” que foi agraciado com o Prêmio Jabuti de Literatura da Câmara Brasileira do Livro.

 

Mais informações na página: www.supensorio.blogspot.com.br

Fonte: 
Agência de Notícias da UFPB - Com Assessoria
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