Evento defende igualdade de gênero no mercado de trabalho e na produção do saber

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A defesa da paridade entre homens e mulheres na ocupação de espaços no mercado de trabalho e maior transversalidade do conhecimento produzido pelo sexo feminino, com o compartilhamento desse saber em currículos das escolas, universidades e para todas as esferas da sociedade foram pontos de consenso entre os palestrantes que abordaram o tema “Mulheres na Tecnologia: por que não?”, na sexta-feira (10), durante a abertura do “II Mulher Tech Sim Senhor”, no auditório do Centro de Informática (CI) da UFPB.

 

O evento, promovido pelo projeto Meninas na Ciência da Computação e uma rede de parceiros, objetiva incentivar o envolvimento de jovens mulheres nos debates e ações organizadas em prol da participação feminina em cursos da área de tecnologia, bem como promover maior conscientização sobre questões relacionadas à igualdade de gênero.

 

A abertura contou com a participação de mais de cem mulheres, dos três cursos de graduação do CI, e também de trinta estudantes do curso Técnico de Informática para Internet do Colégio da Polícia Militar da Paraíba.

 

A mesa de debates foi coordenada pela professora Josilene Aires, uma das fundadoras do projeto Meninas na Ciência da Computação, que atua no âmbito do CI e visa estimular o ingresso de alunas nos cursos e carreiras relacionadas às áreas de Ciência da Computação e Engenharia da Computação. Participaram da abertura o Pró-Reitor de Extensão e Assuntos Comunitários (Prac), Orlando Villar; o diretor do CI, Hamilton Soares, e a professora Giórgia Mattos, do Centro.

 

Para a abordagem do tema “Mulheres na Tecnologia: por que não?” foram convidadas as professoras Thais Gaudêncio, do CI; Maria Eulina, do Centro de Educação (CE) da UFPB; o psicólogo e professor Maurício Sarmet, do Instituto Federal de Educação Tecnológica da Paraíba (IFPB), e a fundadora do blog Inspirada na Computação, Lidiane Monteiro.

 

Os palestrantes, em suas exposições, chamaram a atenção para situações da vida cotidiana, na família e nos primeiros anos da formação educacional, nas quais certos estereótipos femininos são repetidos e apreendidos com naturalidade pelas meninas.  Um exemplo dado é que as mulheres têm mais competência para a área de Humanas, o que, ao longo de décadas, contribuiu para reforçar estatísticas que trazem um número elevado de estudantes do sexo feminino em cursos de Serviço Social, Pedagogia, Letras e outros, enquanto os homens lideram as matrículas em áreas de tecnologia.

 

Essas crenças infundadas, segundo os palestrantes, levam a um total desconhecimento das estudantes do ensino médio sobre o que é um curso de Matemática ou de Computação, por exemplo. Em decorrência, geram limitações nas jovens adolescentes que aspiram chegar à universidade, pois nem sequer buscam investigar a fundo a dinâmica de funcionamento de cursos de Exatas, antes de optar por uma carreira na universidade.

 

A transversalidade do conhecimento produzido pelas mulheres, uma antiga reivindicação na pauta de movimentos nacionais e internacionais, ainda não se consolidou no Brasil, nem mesmo em instituições de ensino superior, onde as mulheres ganham o mesmo salário que os homens para desempenhar a mesma função. Os participantes do debate reafirmaram a importância de esse tema estar cada vez mais presente nos fóruns de discussões das mulheres em todos os espaços sociais, como forma de assegurar que o saber produzido pelo sexo feminino seja disponibilizado nos currículos escolares, na mesma proporção em que o conhecimento desenvolvido pelo gênero masculino é compartilhado com a sociedade.

 

A importância da paridade entre homens e mulheres no mercado do trabalho foi outra preocupação manifestada pelos debatedores. Na ocasião, um breve histórico da presença feminina em áreas restritas a homens foi feito durante o debate para explicar algumas desigualdades que ainda resistem no universo profissional. O primeiro voto feminino só foi registrado em 1932. O ingresso em massa da mulher brasileira nos cursos superiores só se deu a partir da década de 70, quando também passou a se tornar uma parcela economicamente ativa na sociedade.

 

Os palestrantes concordam que nos processos de seleção das empresas, instituições e órgãos públicos é preciso criar mais vagas para mulheres, estabelecendo um sistema de cotas que privilegie também o ingresso da força de trabalho do sexo feminino.

 

Programação: o “II Mulher Tech Sim Senhor” promoveu também a realização de dois minicursos, na sexta-feira (10), sobre Arduino e criação de Apps com Appinventor, em laboratórios do CI.

 

Um calendário de atividades do “II Mulher Tech Sim Senhor” está previsto para este mês. As ações serão realizadas também em outras instituições de ensino. O “II Mulher Tech Sim Senhor” está sendo promovido em parceria com o IFPB, Unipê, Campus I e Campus IV da UFPB, Nipam e o grupo de afinidade Women in Engineering do ramo estudantil do IEEE da UFPB.

 

A programação completa de todo o mês e mais informações você encontra em: http://mulhertechsim.sr/.

Fonte: 
Agência de Notícias da UFPB - Com informações da Ascom do CI
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