Cresce mais de 15% o número de trabalhos apresentados no ENIC

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O número de trabalhos apresentados no Encontro de Iniciação Científica (ENIC) da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) cresceu mais de 15% na edição deste ano, passando de 1.300 para 1.500 estudos exibidos. O incremento ocorreu apesar do corte nas bolsas de iniciação científica, iniciado no ano passado, de acordo com a professora Cláudia Braga, coordenadora geral de Programas Acadêmicos de Iniciação Científica (CGPAIC) da instituição e uma das organizadoras do ENIC.

 

A docente explica que a UFPB conseguiu manter, neste ano, a mesma quantidade de bolsas de iniciação científica de 2016. Isso foi possível devido à iniciativa da reitoria de empregar recursos próprios da universidade para arcar com o custo de 500 das 1.008 bolsas de iniciação científica existentes. As 508 restantes continuam sendo oferecidas pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) para alunos da graduação. Há, ainda, 100 bolsas para estudantes do Ensino Médio, concedidas também pelo CNPq, através do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica para o Ensino Médio (PIBIC-EM).

 

“A iniciação científica é muito importante para a universidade. Fizemos de tudo para não diminuir o número de bolsas. Mas, inevitavelmente, os cortes orçamentários causaram impactos. Além de não ampliarmos as oportunidades aos alunos, tivemos que reduzir a quantidade de passagens aéreas disponibilizadas para apresentação de trabalhos, por exemplo. Com relação à organização do ENIC, limitamos os custos para atender a este aumento de participantes. Contamos com 160 voluntários para logística, produção de resumos, de anais. Assim mantivemos a qualidade”, avalia Cláudia Braga.

 

Para ela, esse tipo de evento acadêmico é imprescindível. “Este é o momento de apresentar o trabalho para a comunidade acadêmica, de vivenciar a experiência de ser sabatinado por dois avaliadores. Cerca de 60% desses alunos ingressam em um Programa de Pós-graduação, após a conclusão da graduação. Também é fundamental para quem prefere se inserir no mercado de trabalho formal. A pesquisa é uma complementação da formação que permite sofisticar o olhar de um profissional, independente da área de conhecimento”.

 

Mesmo com o corre-corre, devido às demandas que a organização do Encontro exige, a pesquisadora conseguiu assistir à uma apresentação e se impressionou. ”Era uma aluna do curso de Nutrição. O trabalho tratava de um estudo sobre a influência da saúde cardíaca de uma rata na dos seus filhotes. Tanto eu quanto os avaliadores consideramos que o estudo era de muita qualidade, devido à sua complexidade. Se ingressar em um mestrado, a dissertação dela já está pronta. No futuro, o método poderá ser testado em humanos. O projeto será indicado para premiação no evento. Já foi publicado em periódico de impacto”.

 

Nesta primeira etapa, o ENIC ocorre, de 23 a 27 de outubro, no campus I (João Pessoa) e no campus IV (Litoral Norte), nas unidades de Mamanguape e Rio Tinto, simultaneamente aos Encontros de Iniciação à Docência (ENID), de Extensão (ENEX) e à Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT). Nos dias 8 a 9 de novembro, será a vez do campus II (Areia) e do campus III (Bananeiras) receberem o evento.

 

 

Experiência para a Pós-graduação

 

Fagner Dayen, 25 anos, aluno do 10° período do curso de Farmácia, é um dos 1.500 alunos que se inscreveram para apresentar trabalho no ENIC. Esta é a sua quarta participação, a segunda como bolsista. Nas duas primeiras experiências, ainda era voluntário. Seu trabalho versa sobre regeneração cardíaca.

 

“Não gostei da minha apresentação. Estava muito inseguro. Concordo com um dos avaliadores. Deveria ter comparado meu trabalho com os que existem na literatura da área”, relatou o estudante.

 

Orientado pelo professor Enéas Ricardo, seu objetivo, agora, é participar da seleção para mestrado do Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia (PGBiotecM) da UFPB. “Desejo continuar com o mesmo orientador. Meu projeto é inédito porque pretendo aplicá-lo em seres humanos”.

Fonte: 
ACS | Pedro Paz
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