A Universidade Federal da Paraíba (UFPB) vai oferecer 30 vagas para o novo curso de bacharelado em Biomedicina no próximo semestre letivo. A criação do curso foi aprovada em maio deste ano pela Resolução n° 3/2017 do Conselho Universitário. Essa será a primeira turma de graduação em Biomedicina de uma instituição de ensino pública paraibana.

A seleção dos estudantes será feita pelo Sistema de Seleção Unificada (Sisu) 2018, programa do Ministério da Educação (MEC) pelo qual instituições públicas de educação superior ofertam vagas a candidatos participantes do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). As aulas serão ministradas nos turnos da manhã e da tarde, pelo Centro de Ciências da Saúde (CCS), no campus I, em João Pessoa.

As competências técnico-científicas adquiridas no curso habilitarão os egressos para atuarem no diagnóstico, promoção, prevenção, pesquisa e recuperação da saúde. Entre as diversas áreas de atuação do profissional biomédico, estão as análises clínicas, análises ambientais, a estética, a sanitarista, a industrial, a genética e a biologia molecular, além da docência e da gestão.

De acordo com o coordenador do curso e professor do Departamento de Fisiologia e Patologia da UFPB, Bruno Galvão, existem atualmente 35 habilitações para o profissional biomédico, previstas pelo Conselho Federal de Biomedicina (CFBM).

A demanda por biomédicos é crescente, em um mercado que envolve institutos de pesquisa, desenvolvimento de produtos para indústrias diversas e atuação pericial nas corporações policiais, por exemplo. Na área da estética e cosmética, biomédicos podem fazer exames, interpretar resultados e realizar diagnósticos e procedimentos. "Além disso, lidam com análises hematológicas e moleculares, na produção de bioderivados e na pesquisa e controle de qualidade de produtos obtidos por biotecnologia, como os alimentos", complementa Galvão.

Para ele, a criação do curso de Biomedicina da UFPB é socialmente importante porque vai suprir demanda por profissionais capacitados no Estado da Paraíba, nos setores público e privado. Na perspectiva de quem realiza o curso, a chancela de uma graduação na UFPB é um diferencial para o egresso, sinônimo de formação de qualidade.

O professor conta que seleções públicas paraibanas têm absorvido profissionais de fora devido à pouca oferta de especialistas locais no segmento. “No último concurso do Hospital Universitário da UFPB, todos os biomédicos empossados eram de outros Estados”, exemplifica.

Perfil do estudante de Biomedicina

Segundo o coordenador do curso, os candidatos devem ter afinidade com matérias das ciências biológicas e exatas, além da área da saúde. O aspirante a biomédico deve saber que a área da saúde é caracterizada pela rotina de trabalho árduo e estressante, pela contínua pressão para reduzir sofrimentos e, sobretudo, ser humanizado.

“Para se dar bem na profissão, é fundamental ter interesse pelo bem-estar dos outros, equilíbrio emocional, sensibilidade para questões sociais, facilidade de comunicação e ter fluência na língua inglesa para fins de atualização constante. O profissional deverá ter as perspectivas atuar multiprofissionalmente e de se especializar após a formatura", indica.

Infraestrutura do curso

O Departamento de Fisiologia e Patologia do CCS, que teve a iniciativa de criação da graduação em Biomedicina na UFPB, conta com professores de diversas áreas de saúde e capacidade instalada para ministrar mais de 60% dos componentes básicos, complementares e obrigatórios do curso. O departamento possui estrutura física que dispõe de salas de aula climatizadas e equipadas com datashows, com laboratórios e com ambientes destinados ao funcionamento administrativo.

O curso será ofertado em parceria com os Departamentos de Clínica e de Odontologia Social, de Enfermagem em Saúde Coletiva, de Nutrição, de Morfologia, de Educação Física, de Biologia Molecular, de Sistemática e Ecologia.

Mais informações sobre o curso encontram-se na página: http://www.ccs.ufpb.br/biomed.

Carreira

A maioria dos profissionais biomédicos trabalha em hospitais, clínicas de estética e laboratórios de análises clínicas e de diagnóstico por imagem, mas vem crescendo a procura pelo biomédico na indústria, para colaborar na pesquisa de novos medicamentos e de outros produtos.

O setor de saúde pública é outro que necessita do profissional. Grande parte dos egressos da Biomedicina investe na carreira acadêmica, para trabalhar na docência do ensino superior e como pesquisador nas universidades e institutos federais.