A elevada taxa de morte no mundo e no Brasil por causa do câncer tem impulsionado as buscas por terapias eficazes à doença. Com esse objetivo, pesquisadores da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) desenvolveram um composto promissor à base de pimenta-do-reino especificamente para tratamento do câncer de mama. No país, essa doença em mulheres é responsável por 28 por cento dos casos a cada ano.

Os pesquisadores extraíram a substância piperina da planta, obtendo uma molécula com maior atividade anticâncer e menor toxicidade que, após testes em camundongos, deram resultados satisfatórios.

O trabalho vem sendo realizado há quase três anos por uma equipe de pesquisadores do Programa de Pós-Graduação em Química e do Programa de Pós-Graduação em Produtos Naturais e Sintéticos Bioativos da UFPB, vinculados ao Laboratório de Pesquisa em Bioenergia e Síntese Orgânica (LPBS). As pesquisas na área de Química são coordenadas pelo professor Petrônio Athayde Filho e as da área de Farmacologia pela professora Mariana Sobral.

O processo para o medicamento voltado à cura do câncer de mama (Carcinoma Ascítico de Ehrlich) desenvolvido pela UFPB já está protegido, com patenteamento publicado no dia 13 deste mês na Revista da Propriedade Industrial do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI).

De acordo com Athayde Filho, para que um medicamento chegue ao mercado pode levar até dez anos e alguns milhões de dólares são gastos . “Com relação ao nosso trabalho, entendo que foi dado um passo muito grande, que foi o de identificar a substância, que tem boa ação farmacológica, baixa toxicidade e baixo custo. Mas, para chegar ao medicamento serão necessários outros estudos, como, por exemplo, determinar o mecanismo de ação da substância nos animais testados e, a partir daí, dentro dos protocolos legais da farmacologia e da legislação, serem testados em seres humanos”, completou.