O Fórum Universitário da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) iniciou suas atividades de 2018 na noite da última sexta-feira, dia 13 de abril, com debate filosófico sobre o tempo, através da palestra "O presente e o futuro", proferida pelo multiartista paraibano Bráulio Tavares, no auditório Professor Milton Ferreira de Paiva, no prédio da Reitoria, no campus I, em João Pessoa.

Destaque brasileiro na literatura fantástica e na ficção científica, Bráulio Tavares deu início à sua apresentação pontuando, modestamente, que ainda não tem diploma de nível superior, embora tenha cursado duas graduações, e que se considera um eterno estudante. “Nunca houve época melhor para estudar, apesar dos ataques à área da educação. Através da internet, é possível consultar bibliotecas de todo o mundo”, disse.

Autodidata, ele pesquisa literatura fantástica há mais de 50 anos e historicizou o gênero: “desde a antiguidade, há registros de escritos fantásticos. O romance científico teve impulso no final do século XIX, principalmente na França e na Inglaterra, após a possibilidade de reproduzir tecnicamente um livro. A ficção científica pertence à humanidade e não aos americanos. Há produção em todo o mundo”.

Para Bráulio, a ficção científica, na literatura, faz reflexão sobre o passado, o presente e o futuro. No cinema, é espetáculo. Ele também defende a existência de um quarto tempo: “o passando”. Em uma perspectiva filosófica, metaforiza que a literatura fantástica fala da totalidade do presente. “Todos os futuros estão disponíveis no presente como fichas no ar. A que cair será o futuro que vai acontecer. Precisamos escolher o nosso futuro”, teorizou.

Presidida pela reitora Margareth Diniz, a solenidade de abertura contou com a apresentação da banda de metais Sexteto Brasil, em atividade há mais de quatro décadas.

Além do coordenador do Fórum Universitário, professor Eduardo Rabenhorst, compuseram a mesa o pró-reitor de assistência e promoção estudantil João Wandemberg Gonçalves (esq.) e o diretor do Centro de Ciências da Saúde João Euclides Braga (dir.). Bráulio Tavares foi apresentado pela vice-reitora Bernardina Freire. Após a palestra, o público teve a oportunidade de fazer perguntas sobre o conteúdo da exibição.

Fórum

Segundo o Rabenhorst, a próxima sessão do Fórum Universitário abordará os acontecimentos de Maio de 1968, momento histórico marcado por contestações estudantis que eclodiram em todo mundo, com ponto de partida no entorno da Universidade Sorbonne, em Paris.

“Haverá também uma exposição. Nesta volta do fórum, desejamos que a pauta seja construída coletivamente para debatermos, de modo dinâmico, temas atuais e questões internas em todos os campi e Centros de Ensino. A fim de atender ao regulamento, o conselho do fórum também voltará a funcionar”, garantiu o coordenador.