Na manhã de 4 de maio, o compositor e cantor Geraldo Vandré esteve no campus-sede da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), em reunião com a reitora Margareth Diniz e gestores da instituição. O artista paraibano é um dos ícones da música brasileira e autor da canção “Pra não dizer que não falei das flores” - identificada como hino da resistência à ditadura militar. No encontro, ele falou sobre seus projetos e fez propostas à universidade.

Inicialmente, Geraldo Vandré tratou de solicitar os registros de uma aula inaugural que ministrou na Faculdade de Direito da UFPB, em 1989, quando a unidade funcionava no Centro de João Pessoa. Ele contou que o material integrará documentário sobre sua vida e obra. Recebeu, do chefe de gabinete Raimundo Barroso Jr, a informação de que uma cópia do aúdio teria sido depositada na Biblioteca Central da universidade e que, tão logo seja resgatada, será entregue, inclusive com a transcrição, conforme afiançou, na ocasião, o diretor do Centro de Comunicação, Turismo e Artes (CCTA) David Fernandes.

Com o maestro Geraldo Dias da Rocha Jr, professor do Departamento de Música, também do CCTA, o assunto foi a produção de um concerto, com seis peças de autoria do próprio Vandré, para a abertura da Primavera deste ano - ideia que foi abraçada pelo maestro e apoiada pela reitoria.

No contexto dessa proposta, o compositor revelou que dedicou muito tempo e pesquisa ao uso do ritmo musical no tratamento de doenças cardíacas, um estudo que chamou de Música do coração, teoria e prática, surpreendendo, com os detalhes, a diretora da Escola Técnica de Saúde (ETS), Ivanilda Lacerda.

Da reunião, participaram, ainda, o pró-reitor de administração Aluísio Souto, o diretor do Centro de Ciências Agrárias (CCA) Manuel Bandeira e o vice-diretor do CCA Ricardo Guerra.

Planos

Vandré está na Paraíba desde o final de março, quando retornou aos palcos depois de um hiato de 50 anos, para duas apresentações na capital, a convite do governo do Estado. Parte importante do que ele pretende realizar na terra natal é a construção de uma obra sinfônica com as peças para piano exibidas nesses espetáculos, conforme propôs à UFPB.

Aos 82 anos de idade, o visitante ilustre, que alterna entre sua residência na cidade de São Paulo e as longas temporadas com a mãe em Teresópolis, no Rio de Janeiro, anunciou que, de agora em diante, passará os invernos na Paraíba. Os planos para os dias que fugirá do frio são muitos. A música das orquestras, a música dos motores das máquinas de voar e a do coração também, disse ao despedir-se.