A exclusividade da conquista do Sport Recife e a forma tendenciosa com que a grande imprensa tratou – e ainda trata – o assunto. Este é o mote do livro “Sport X Grande Imprensa”, do jornalista e servidor da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Costa Filho. O lançamento acontecerá em duas ocasiões: no dia 13 de junho (quarta-feira), às 16h, na Praça 2 do Shopping Riomar, no Recife. Em João Pessoa, o livro será lançado nesta quinta-feira (14), às 11h, no Hall da Biblioteca Central da UFPB, com participação especial do trompetista Vasconcelos Júnior, da Big Band Rubação Jazz.
“Sport x Grande Imprensa” é produto do Mestrado em Jornalismo Profissional da Universidade Federal da Paraíba concluído pelo autor em agosto do ano passado. Para Costa Filho, que é gestor de Marketing em Comunicação Institucional da Biblioteca Central da UFPB, o maior adversário do Sport, em 1987, não foi o Flamengo nem o Clube dos Treze, mas, sim, a denominada grande imprensa. “A mídia concentrada nos grandes conglomerados de comunicação localizados em São Paulo e no Rio de Janeiro, teve papel decisivo no processo de mitificação de “estórias” absurdas sobre o Brasileirão de 87, o que contribuiu para acirrar a disputa judicial e, principalmente, confundir a opinião pública”, garante o autor.
Segundo o jornalista, o trabalho acadêmico, que teve orientação do professor Pedro Nunes, é resultado de uma criteriosa pesquisa científica sobre fatos relacionados àquela competição, algo que parte considerável dos segmentos jornalísticos fez – e ainda faz – questão de manter fora do alcance do grande público.
Metodologia
Como parte da metodologia para elaboração do relatório, foram feitas entrevistas em profundidade com historiadores, jornalistas, juristas, advogados, dirigentes, professores e torcedores. Dentre os mais de 50 entrevistados, destacam-se personagens importantes como Carlos Miguel Aidar (idealizador e primeiro presidente do Clube dos Treze), Homero Lacerda (Presidente do Sport em 1987), Márcio Braga (presidente do Flamengo 1987), Juca Kfouri (editor da revista Placar em 1987) e o ministro Marco Aurélio Mello, relator do processo no Supremo Tribunal Federal.
O ponto alto das entrevistas, Costa Filho destaca o trecho em que Carlos Miguel Aidar afirma que o C-13 tinha plena consciência de que o cruzamento dos módulos verde e amarelo estava previsto no regulamento da competição. “Diferentemente do que é propalado nas mesas-redondas dos programas esportivos o Dr.Aidar revela que, antes mesmo de o campeonato começar, todos os integrantes do Módulo Verde sabiam da disputa da quarta fase e que, mesmo assim, resolveram seguir adiante na briga contra a CBF”, afirma.
Sobre o autor
Paraibano de Catolé do Rocha, Francisco de Assis Costa Filho é pós-graduado em Linguística e mestre em Jornalismo Profissional pela UFPB. Trabalhou como repórter nos jornais A União e Correio da Paraíba; rádio Tabajara; Agência de Notícias (UFPB), secretaria de Comunicação da Paraíba; e diretor de jornalismo da TV UFPB. É autor do livro “Meu coração de leão:memórias de um paraibano louco pelo Sport”, no qual expõe a sua admiração pelo clube pernambucano.
Segundo Costa filho, declarar-se como torcedor do Sport não prejudicou a seriedade do seu trabalho acadêmico. “Pelo contrário, a exemplo do Direito, no mundo jornalístico já não cabem mais afirmações sobre neutralidade possível. Acredito até que, com esse meu posicionamento, a pesquisa ganhou realce quanto ao aspecto credibilidade. Este trabalho deve ser julgado pela qualidade de sua fundamentação histórico-teórica, resultado do esforço de pesquisa, análise e apresentação de todas as angulações possíveis em torno da cobertura jornalística dos acontecimentos relacionados ao Campeonato Brasileiro de 1987”, argumenta.
Contato com o autor: costafilho1987@gmail.com.