A Universidade Federal da Paraíba (UFPB) se torna referência internacional no manejo de águas de chuvas a partir deste domingo (11), quando sedia a 11ª Edição do Simpósio Brasileiro de Captação e Manejo de Água de Chuva (SBCMAC).
O evento vai trazer à Paraíba cerca de 300 gestores, engenheiros, agricultores, estudantes e pesquisadores do México e da Holanda. Eles vão discutir aspectos legais, ambientais, políticos, sociais e econômicos em torno do manejo das águas de chuva, segundo informou o professor e vice-diretor do Centro de Tecnologia da UFPB, Tarcísio Cabral, presidente do Simpósio. O docente explicou que no contexto do movimento mundial de utilização das águas de chuva o Brasil tem dado uma efetiva contribuição. “Nosso país é um terreno fértil neste campo”, completou.
A programação do Simpósio, que se estende até a quarta-feira (14), prevê uma mesa-redonda com David Vargas, presidente da Isla Urbana - projeto de captação de chuva no México, e Han Heijnen presidente da ONG suíça International Rainwater Harvesting Alliance (IRHA), que promove a captação da água da chuva e soluções sustentáveis diante da escassez de água. Também terá a participação de Paul Akkerman, consultor independente holandês que desenvolve o projeto CleanWater - Healthy Village em Guiné-Bissau.
O professor Tarcísio Cabral comentou que esses pesquisadores internacionais dão uma contribuição efetiva à utilização das águas de chuvas e também vêm observar a experiência brasileira no trato com a escassez hídrica que afeta o semiárido nordestino e centros urbanos como Fortaleza, Brasília e São Paulo. Ele considerou, por exemplo, que em sete anos de seca prolongada, o Brasil não teve grandes problemas sociais como invasões ou ampla criação de favelas. Este fato, de acordo com o presidente do SBCMAC, deve ser associado às políticas governamentais desenvolvidas nos últimos anos e à utilização de cerca de 1,6 milhão de cisterna de placas que já foram instaladas no país. “As pessoas estão vivendo a partir da melhor utilização das águas de chuvas”, completou Tarcísio Cabral.
A sua avaliação contempla tecnologias, políticas públicas e organização social e indica que as águas de chuvas têm sido utilizadas para redução de pessoas com dificuldades de acesso à água. O professor contou que somente no México cerca de 22 milhões de pessoas já foram beneficiadas por estes sistemas, que estão em debate durante o ABCMAC, a UFPB e a Associação para o Desenvolvimento da Ciência e Tecnologia (SCIENTEC).
A programação completa pode ser conferida na página do simpósio.