É sabido que as cidades podem ser pensadas em sua materialidade e também em seus aspectos imateriais. A partir de tal compreensão procuramos refletir sobre as reformas urbanas da cidade de Aroeiras, na Paraíba. Nesse sentido, ao longo deste artigo, buscamos analisar as transformações urbanas que impactaram na vida dos habitantes da cidade, pois compreendemos que a partir de 1970 ocorrem significativas mudanças nas características da malha urbana. Paulatinamente, os espaços ganham outras configurações. Assim, o nosso trabalho é uma proposta de reflexão de como as memórias de diferentes sujeitos que atribuem significados para o urbano retratam experiências vividas, reformas materiais, nuanças de uma cidade de pequeno porte. Acreditamos que a memória é um importante lócus para refletir sobre os usos dos espaços, dar visibilidade aos diversos olhares sobre o urbano com a pretensão de compreender práticas sociais e culturais inscritas nas memórias de seus habitantes.  Neste trabalho, utilizamos os relatos de memória como fontes primordiais para o estudo das alterações da malha urbana, e como elas teriam sido vivenciadas e interpretadas por aqueles que viviam no município. Para concretizar nossa pretensão, realizamos entrevistas temáticas com pessoas que moravam na zona urbana e na zona rural de Aroeiras. Estas, com suas experiências fornecem os fios que, articulados com outras fontes escritas, são tomados como os indícios que ajudam a compor esta escrita, ou seja, contribuem para a realização de uma visão e significação sobre o passado das cidades. Acreditamos que a valorização da memória enquanto fonte contribui para fazer emergir aspectos das singularidades das cidades, pois essas pessoas também produzem o contexto social e cultural em que se inserem, em outras palavras, compreendemos que através de suas práticas, também constituem a cidade.

Palavras-chave: Cidade de Aroeiras. Memórias. Reformas Urbanas.