As disputas pela representação colocam em jogo interesses que legitimam o passado e a memória de determinados grupos sociais e regimes políticos. Assim, analisar os discursos de algumas representações significa compreender como elas monumentalizam imagens do passado, constroem espaços para a memória e nos permitem redirecionar o olhar sobre as paisagens históricas. Estes são importantes para o conhecimento histórico na medida em que ajudam a identificar as combinações de uma determinada realidade do sistema sociocultural e as hierarquias sociais, dando ênfase aos conflitos. O objetivo desse artigo é refletir sobre o controle da produção literária a partir do estabelecimento da Censura no Brasil durante a década de 1970 analisando suas formas de atuação. A abordagem adotada consistirá em intercalar os discursos presentes nos pareceres dos censores do DCDP com a narrativa literária de Cassandra Rios, uma das escritoras brasileiras mais censuradas durante a Ditadura Militar.

Palavras-chave: Literatura. Ditadura Militar no Brasil. Cassandra Rios.