Última alteração: 2014-12-29
Resumo
Durante o período militar 1964-1985 o sistema educacional brasileiro tornou-se uma das ferramentas essenciais para a afirmação dos ideais do regime e da sociedade civil que o apoiava. Desta forma o modelo educacional vigente, com sua organização curricular e produção didática serão traspassados por doutrinas como: o liberalismo, conservadorismo, romantismo, catolicismo, positivismo e a doutrina da segurança nacional, fundamentais para a garantia de uma sociedade em desenvolvimento constante destinada ao progresso. Com a inserção na grade curricular de disciplinas como a Educação Moral e Cívica e Organização Social e Política do Brasil através das reformas educacionais do ensino básico e superior em conjunto com a disciplina de Estudos dos Problemas Brasileiros no ensino superior a área das humanidades passou a circular entorno deste eixo de disciplinas, com história e geografia tendo sido agrupadas no curso de Estudos Sociais, para o qual foram criadas inúmeras licenciaturas curtas. Logo tendo a consciência de que o livro didático trata-se de um produto cultural que participa dos fins escolares, em que intervêm diversos atores como os legisladores, autores, editores, professores, alunos entre outros. Também observando que sua existência enquanto produto cultural resulta de uma série de pressões advindas da conjuntura social em que está inserido; conferindo-lhe uma historicidade muita rica, e configurando-se enquanto uma importante fonte histórica este trabalho vem analisar como o livro didático de estudos sociais foi fundamental para a difusão e consolidação de uma ordem discursiva atrelada à manutenção do regime e a formação do cidadão defensor da moral e dos valores cívicos, analisando um processo de construção de uma memória patriótica e o silenciamento de grupos e de movimentos sociais que se deu na produção didática.
Palavras-chave: Civismo. Educação. Ensino de História. Livro Didático.