Última alteração: 2014-12-29
Resumo
Durante as duas ultimas décadas séc. XVIII, a capitania de Pernambuco foi palco de um embate entre a administração colonial e religiosa sobre as práticas culturais africanas conhecidas como batuque. Segundo documentação da época o poder religioso acaba ganhando esse embate e, como se esperava, reafirmado pela coroa portuguesa para erradicar tais costumes. Porém, existiam sujeitos (homens e mulheres negros escravizados) que no limiar do sistema escravista negociavam constantemente e criavam seus espaços de liberdade realizando seus batuques para celebrar suas práticas identitárias africanas. Verificou-se que, apesar da proibição, tais práticas conseguiram chegar ao séc. XIX. Através das análises de manuscritos avulsos nos propomos mostrar como essas práticas, apesar de proibidas, foram ressignificadas pelos homens e mulheres negros, reinventando espaços de negociações simbólicas diante dos olhares excludentes daquela sociedade escravista fincada nos ditames da religiosidade católica.
Palavras-chave: Discurso; batuque; escravos.