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Inovação da UFPB na área de tratamento de esgoto chega ao mercado

Desenvolvido por pesquisadores da Universidade, modelo permite tratamento mais eficiente de efluentes e reúso de água
publicado: 11/11/2024 21h13, última modificação: 11/11/2024 21h13

A Agência de Inovação Tecnológica da Universidade Federal da Paraíba (Inova/UFPB) licenciou a tecnologia ‘Sistema Biológico Misto De Tratamento De Esgoto’, desenvolvida por discentes e docentes da Instituição, para a iniciativa privada. O licenciamento foi concluído no início deste mês de novembro, e o processo contou com o apoio da Fundação de Educação Tecnológica e Cultural da Paraíba (Funetec), instituição que apoia projetos de pesquisa, ensino, extensão e de desenvolvimento científico e tecnológico, ligada ao Instituto Federal da Paraíba (IFPB). 

O Sistema licenciado é um novo modelo em ecofossa (TEVap), intitulada ‘TEWetland’, e deve diminuir os impactos negativos provocados pelo descarte incorreto de esgoto doméstico nos recursos hídricos, permitindo um tratamento mais eficiente de efluentes em comparação ao método convencional, que utiliza tanques de evapotranspiração. Além disso, o invento disponibiliza água de reúso para ser usada em residências, condomínios e outros ambientes. 

A licença é do tipo onerosa e sem exclusividade, ou seja, concede autorização para que as empresas Orbis Geotecnologias, com sede na Paraíba, e Orquestra, do Distrito Federal, comercializem a tecnologia, mas a titularidade continua pertencendo à UFPB. Os contratos permitem que essas empresas tenham os direitos oficiais para uso, desenvolvimento, produção, exploração comercial, prestação de serviços ou obtenção de qualquer vantagem econômica relacionada à tecnologia. Nas transações comerciais, elas pagam um percentual de royalties para a UFPB que, posteriormente, é repartido entre a Universidade e os desenvolvedores do invento.  

A ideia para a criação do sistema licenciado foi concebida no âmbito do projeto de extensão ‘Saneamento básico ecológico para diminuir impactos aos corpos hídricos e lençol freático’, do Departamento de Sistemática e Ecologia (DSE), que fica no Centro de Ciências Exatas e da Natureza (CCEN). O projeto é coordenado pela professora Cristina Crispim, que é responsável, também, por projetar a tecnologia, em conjunto com dois outros inventores, os discentes da graduação em Engenharia Ambiental Gheizon Raunny e José Kaio da Silva.

O Diretor de Transferência Tecnológica da Inova, professor Raphael Beirigo, ressaltou que a Ecofossa TEWetland é uma solução para minimizar um dos principais problemas do Brasil: a ausência de tratamento adequado do esgoto doméstico, que compromete não apenas o sistema de saúde, mas também a economia. 

“Atualmente, a falta de tratamento de esgoto doméstico é um problema evidente no Brasil. Por exemplo, em João Pessoa, a falta de tratamento adequado do esgoto ocasiona perda da balneabilidade das praias, causando prejuízos à saúde e à economia, uma vez que afeta o turismo, um dos principais motores da economia local. Por isso, o licenciamento desta tecnologia é uma forma concreta de retorno para a sociedade dos recursos financeiros investidos em ensino, pesquisa e inovação. Parabéns aos inventores e à Universidade Federal da Paraíba”, falou o docente.

Para a Diretora Presidente da Inova, professora Kelly Gomes, o licenciamento de soluções arrojadas, além de fomentar o ambiente de inovação, tem o potencial de gerar receitas extra-orçamentárias para a Instituição. 

"O licenciamento, além de ser um caminho eficaz para acelerar a inovação, em especial no ambiente acadêmico, ele amplia as perspectivas dos inventores/autores da UFPB, trazendo destaque para os impactos gerados na sociedade pelas tecnologias desenvolvidas. Além disso, gera novas receitas oriundas dos royalties, tanto para esses inventores, quanto para a Instituição, e amplia o potencial de novas parcerias. Esse é um dos caminhos que deve ser mantido e estimulado, visando um futuro sustentável para as Universidades”, ressaltou a professora Kelly.

 

Texto: Lucas Andrade
Edição: Vinícius Vieira
Fotos: Angélica Gouveia e Acervo pessoal da Professora Cristina
Ascom/UFPB