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Isaura César, estudante de História da UFPB, realiza intercâmbio na Universidade de Évora, Portugal
Isaura César, estudante de História na UFPB, foi selecionada no Programa de Mobilidade Internacional - PROMOBI para passar 1 ano na Universidade de Évora, em Portugal. Nessa entrevista, Isaura nos conta suas dificuldades no país estrangeiro, como está sendo a sua adaptação, algumas curiosidades sobre a cultura, além de destacar a importância do intercâmbio para ela.
Acompanhe o relato de Isaura abaixo.
A quanto tempo está no país estrangeiro e como está sendo a sua adaptação?
"Cheguei em Portugal no dia 04 de setembro, duas semanas antes das aulas iniciarem. Por incrível que pareça, a adaptação está fluindo bem. Ela é difícil como qualquer mudança radical nas nossas vidas, e mudar de país é bem radical kkkk. Sentimos saudades da família, dos amigos e da nossa vida, mas procurando manter a paciência e olhando as possibilidades maravilhosas que existem por aqui, a balança equilibra."
Como é sua rotina na instituição estrangeira e quais são as diferenças com o ensino do Brasil?
"Eu tenho aulas de manhã e de tarde, mas as aulas pela manhã não iniciam tão cedo como no Brasil, as aulas no geral aqui em Portugal começam às 9h00, então dá tempo de treinar, comer, tomar banho e se arrumar tranquilamente. Além disso, vou a pé, porque Évora é uma cidade bem pequena e eu chego na universidade em cerca de 15-20 minutos. Existem muitas diferenças no ensino, dentre elas é que as licenciaturas aqui são de 3 anos e eles não te cobram uma dissertação ao final do curso, elas são mais “leves” (sem juízo de valor sobre isso), pelo que eu vejo a fase mais difícil do mundo acadêmico é o doutorado mesmo. E na grade não existem tantas cadeiras de pedagogia, o que é um problema se estamos sendo formados para sermos professores. Normalmente as disciplinas tem duas aulas na semana, cada uma de 2 horas, ao contrário do meu curso no Brasil que são 4 horas direto. Sinceramente? Acho que dividir dessa forma torna as aulas menos cansativas, tanto para os professores quanto para os alunos e é melhor de absorver mais o conteúdo. O ritmo daqui é mais lento, então preciso me adaptar a isso, enquanto os ritmos das aulas no Brasil são mais frenéticos. Por fim, acredito que o curso de História no Brasil é mais completo e existe mais interação dos alunos e alunas nas aulas, mas essa é uma visão precipitada porque não tive tantas aulas assim."
Quais dificuldades você está enfrentando no intercâmbio?
"As minhas dificuldades no intercâmbio estão sendo em como me organizar nesta nova rotina, quanto posso gastar e quanto devo economizar. Mas a principal é como viver minha vida realmente sozinha, saber lidar comigo mesma e me acolher quando é necessário. Esse é um aprendizado insubstituível. Fazer amizades com portugueses em si é um pouco mais difícil, eles são mais fechados, mas existem outros grupos de pessoas, e o alojamento em que vivo vem sendo uma chave para contornar essa situação. Por fim, o sotaque português é muito difícil, me vejo pedindo de forma recorrente para alguém repetir alguma frase, porque muitas vezes não entendo."
Teve algum choque cultural ou alguma história engraçada para compartilhar?
"Sobre o choque cultural acredito que as praxes (trotes) universitárias, o jeito como os estudantes vivem a universidade. Tem um cheiro de High School estadunidense! As praxes universitárias não me atraem em nada e, apesar de saber que é uma forma de se relacionar mais fácil com outros estudantes, não é algo que eu estou disposta a vivenciar kkkkk. Acho muito humilhante. Não tenho nenhuma história engraçada para contar, mas ainda sou pega de surpresa com algumas palavras que no Brasil tem conotação negativa, por exemplo, “putos” é utilizado para crianças e, de primeira, soa muito estranho. Um outro choque é que aqui os carros realmente param para você passar, basta chegar perto da faixa de pedestre."
Qual a importância do intercâmbio para você e o que você tem a dizer a estudantes que almejam realizar um intercâmbio?
"O intercâmbio para mim é a possibilidade de alçar novos voos, independente da carreira que eu queira seguir, é sobre conhecer pessoas com outras histórias de vida e me perceber cada dia um pouquinho mais diferente. O intercâmbio é uma porta que abre outras portas e todo mundo que deseja e pode fazê-lo, deve se arriscar e vir viver essa experiência. Independente se for por 6 ou 12 meses. É difícil sim estar longe de casa, mas poucas coisas na vida são fáceis e é preciso ter coragem para realizar nossos sonhos."
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Edição: Allecya Oliveira (estagiária 2024.1)