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Patrícia Fernandes, ex-estudante dos cursos de Letras Espanhol e Ciências Sociais realizou intercâmbio para a Universidade de Coimbra, Portugal

Patrícia participou do PROMOBI em 2019
publicado: 14/11/2024 08h50, última modificação: 14/11/2024 09h00

Patrícia Fernandes, atualmente licenciada em Ciências Sociais, bacharel em Sociologia e bacharel em Letras Espanhol pela Universidade Federal da Paraíba, participou do Programa de Mobilidade Internacional (PROMOBI) no ano de 2019. Patrícia realizou a sua mobilidade na Universidade de Coimbra (UC), em Portugal, durante o período de um ano, lá cursou Línguas Modernas da Faculdade de Letras. Ela nos contou um pouco sobre sua experiência, e nos informou que um destaque na Universidade de Coimbra é que são oferecidas oportunidades para aperfeiçoar as capacidades linguísticas, onde os estudantes podem frequentar Cursos de Línguas: Francês, Italiano, Russo, Alemão, Inglês, Japonês, Espanhol, dentre outros.

Acompanhe o relato completo de Patrícia abaixo.

Como foi o processo de preparação para o intercâmbio? 

Para realizar a candidatura, Patrícia teve o apoio e orientação dos coordenadores, da Professora Dra. Maria Hortensia Blanco García Murga, do Professor Dr. Cirineu Cecote Stein e da Professora Dra. Ana Berenice Peres Martorelli.

Qual a importância do intercâmbio para você e o que você tem a dizer a estudantes que almejam realizar um intercâmbio?

Patrícia comentou que o intercâmbio acadêmico lhe possibilitou o aprimoramento das habilidades linguísticas, promoveu uma experiência cultural enriquecedora, uma troca de conhecimento e interação com estudantes de Portugal e do Programa Erasmus, provenientes de diversos países, como Espanha, Itália, França, China, Turquia, Estados Unidos entre outras regiões do mundo.

“E para quem tem interesse em realizar um intercâmbio é muito importante ter todos os documentos válidos, passaporte, diploma e histórico com apostilamento de Haia, visto de acordo com o período que pretende ficar no país, seguro saúde, comprovante de vacina e entrar em contato com estudantes que já tiveram esta experiência para saber sobre alojamento e possíveis gastos.”

Teve algum choque cultural ou alguma história engraçada para compartilhar?

“É natural ver os estudantes conversarem em diversas línguas diariamente nos espaços da faculdade. O estudante brasileiro vai adaptar-se às palavras utilizadas pelos portugueses para não gerar erros de interpretação ou de comunicação. É um verdadeiro estudo de análise pragmática, onde é preciso ter atenção nas expressões idiomáticas, na entonação e tom da voz, nas frases ambíguas, nas figuras de linguagem que podem ser compreendidas de maneira diferente. As mensalidades da faculdade são chamadas de propinas. Outros exemplos comuns de palavras que são usados diariamente: trem é comboio; ônibus é autocarro; o que é legal, é fixe; banheiro é casa de banho; celular é telemóvel; grampeador é agrafador; usar terno é usar fato; café da manhã é pequeno-almoço; tirar uma xerox é tirar uma fotocópia; professor particular é um explicador; bandeja é um tabuleiro; menino é um puto (gíria académica); turma ou galera é malta…”

Como era a sua rotina na instituição estrangeira? Alguma diferença com relação a instituição brasileira? 

“Ao chegar à UC os estudantes são recepcionados e recebem um cartão de identificação que é imprescindível para aceder aos edifícios da Universidade e é um documento de identificação em exames, bibliotecas (Biblioteca Joanina, Biblioteca Geral, etc) e em outros serviços, como por exemplo, frequentar as cantinas ou ter o apoio médico. E cada estudante que participa do intercâmbio tem um coordenador de mobilidade que o acompanha e orienta no processo e estruturação do plano de disciplinas a frequentar. O plano de estudo é inicialmente elaborado na Universidade de origem do estudante, juntamente com o coordenador do curso, para posteriormente ser aprovado e assinado pelo coordenador de mobilidade da Universidade de chegada.”

Conte-nos alguma curiosidade sobre a instituição estrangeira ou sobre o seu intercâmbio no geral

“Na UC há um conjunto de costumes tradicionais existentes entre os estudantes, um deles é a praxe académica que no Brasil chamamos de trote estudantil. É um ritual de iniciação a que os caloiros são submetidos nas faculdades. Existe um Código da Praxe orientado pelos alunos veteranos que defendem e zelam pelo cumprimento dos seus preceitos. É comum encontrar os estudantes caloiros na Praça da República ou na Praça Dom Dinis, por exemplo, a participarem da praxe, seja em dias quentes ou dias frios. O uso mais importante na praxe é o traje académico que reflete tradição e história. Todos os estudantes podem e têm o direito de utilizar a capa preta e a batina (o uso foi obrigatório dentro da UC até 1910), mas devem comportar-se de maneira apropriada.”

Conte-nos alguma experiência cultural

“Um lugar icónico da UC são as escadas monumentais que possuem 125 degraus e é um local que também serve de palco para a praxe académica.

Os estudantes dão vida à cidade de Coimbra e mantêm viva as tradições e histórias. Dois momentos de celebração académica que acontecem todo ano e marcam a vida dos estudantes são: a Latata e a Queima das Fitas.

A Latata acontece em outubro e a Serenata no Largo da Sé Nova marca seu início. É realizado um cortejo pelas ruas de Coimbra, onde os estudantes levam latas amarradas nos tornozelos e vestem os trajes académicos que são presenteados pelos seus padrinhos de curso. No final do cortejo, os caloiros são batizados no rio Mondego.

A Queima das Fitas acontece em maio. O que marca o início da festividade que dura uma semana é a Serenata Monumental no Largo da Sé Velha. O destaque da festa é o cortejo, onde desfilam carros alegóricos dos cursos pelas ruas da cidade. Todos os dias há concertos no Parque da Canção.

A UC tem uma torre localizada no Paço das Escolas que tem um relógio e quatro sinos. Um destes sinos é apelidado de “Cabra” porque desempenhava a função de acordar os estudantes. Diariamente, a “Cabra” ainda toca a partir das sete e meia da manhã e tem a função de informar os atos solenes e o começo das horas de estudo.

Nas ruas de Coimbra também encontramos a Tuna Académica que é um conjunto musical composto por estudantes universitários vestidos com o traje. Os estudantes tocam e cantam em grupo, percorrem as ruas com muita alegria exibindo o estandarte do curso e seus instrumentos.

São muitas as histórias, lendas, fados, canções, eventos académicos e lugares que a mais antiga Universidade de Portugal e Coimbra tem para oferecer, para ensinar, para visitar e para vivenciar. Cafés, monumentos, edificios antigos, tradicionais tascas, o tradicional Mercado Municipal, a Estação Ferroviária, o Jardim Botânico, o Jardim da Sereia, a Baixa de Coimbra, os Mosteiros, as Igrejas, os Museos como o Machado de Castro, a Quinta das Lágrimas, o Penedo da Saudade, o Arco da Almedina, o Portugal dos Pequeninos, a Rua do Quebra Costas, a Rua da Sofia... Muitos destes locais são Património da Humanidade e atrai muitos turistas amantes da arquitetura antiga. É comum encontrar turistas de todos os cantos do mundo pela Universidade e pelas ruas de Coimbra. E a gastronomia tradicional atrai os mais variados paladares com muitas maravilhas e iguarias da culinária portuguesa.”

Hoje, Patrícia Fernandes reside em Coimbra com a sua família e continua a estudar na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra (FLUC). Está na fase de escrita da dissertação do Mestrado em Estudos de Cultura, Literatura e Línguas Modernas, com especialização em Língua Espanhola. Pretende dedicar-se aos estudos de Literatura Espanhola e seguir com o doutoramento em Estudos Literários. 

 

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Edição: Allecya Oliveira (estagiária 2024.1)