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Porque adotar um animal idoso?

segunda-feira, 30 de setembro de 2024
Categoria: Notícias
Gato acompanhado pelo projeto Animais Comunitários UFPB.

Existem mais de 180 mil animais abandonados pelo Brasil, e destes, uma parcela considerável é de animais idosos. Esses animais sofrem ainda mais, uma vez que estavam acostumados com uma realidade de convivência cotidiana com seus tutores e ao perder esse contato, se tornam ainda mais suscetíveis a estados depressivos. Essa situação é mais comum do que parece, e ocorre todos os dias no país.

ONGs e protetores de animais encontram uma dificuldade imensa para dar um lar permanente para os pets idosos. Isso ocorre pois existe preconceito quanto às características físicas do animal. Seja a pelagem, a raça, o sexo, ou a idade, qualquer detalhe pode se tornar um empecilho para pessoas que buscam um perfil especifico. Os filhotes são os mais desejados pelos interessados na adoção, e os cães e gatos adultos são deixados com praticamente nenhuma chance nesse cenário preconceituoso.

Aliado ao desinteresse por animais idosos, outro fator que prejudica os pets ainda mais na busca por um lar definitivo é a raça, ou a falta dela no caso. Os cães e gatos sem raça definida (SRD) se encontram em outro patamar de preconceito. E ao unir essas duas características, a idade avançada e a raça indefinida, tem-se uma condição preocupante e alarmante ao se analisar a falta de solidariedade e reconhecimento para com o animal e sua capacidade sensitiva.

Apesar dos avanços que a causa animal fez ao longo das décadas, a falta de interesse pela adoção do animal idoso foi, e continua sendo, motivo de seu abandono. Nos últimos anos, porém, estudos foram feitos e algumas mudanças podem ser notadas, mesmo que mínimas. O número de pessoas dispostas a acolher animais idosos durante o pouco tempo que lhe restam e garantir o máximo de conforto nessa breve, mas tão significativa estadia, tem crescido. Esses estudos revelam os benefícios que a convivência com esses pets traz para ambos envolvidos.

Animais mais velhos são mais calmos que filhotes cheios de energia, logo são ótima companhia para crianças e idosos, uma vez que oferecem o bem estar aliado a um ambiente tranquilo. Eles são mais carinhosos com seus tutores se comparados aos animais mais jovens que precisam gastar energia e por isso demandam maior tempo de interação dinâmica, como brincadeiras e passeios mais longos. A interação entre o animal idoso e seu tutor existe, porém é mais moderada, levando em consideração que ele se cansa mais facilmente e aprecia um ambiente confortável e calmo.

O convívio entre esses pets e crianças contribui significativamente na educação ambiental e na forma de ver seus semelhantes. A criança aprende com as necessidades e fragilidades do animal o ato de cuidado, respeito e responsabilidade que só essa interação é capaz de oferecer. Os benefícios dessa parceria são mútuos: o tutor e as demais pessoas que convivem com o pet vivenciam uma situação de bem estar físico e emocional, enquanto isso o animal também é afetado positivamente.

Essas pequenas mudanças são um avanço considerável e demonstram que o trabalho realizado por ONGs e protetores de animais na conscientização através de projetos, campanhas e outras estratégias, estão surtindo efeitos. Aos poucos os direitos dos animais em todas as suas especificidades se tornam garantias reais de um futuro de bem-estar, dignidade animal e solidariedade.

O Animais Comunitários é um projeto de extensão na Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Campus I, em João Pessoa – PB, reconhecido oficialmente desde 2020 e em operação desde 2014. Clique em Quem somos? e saiba mais.


Texto: Milena Rayana – discente em Jornalismo (UFPB)

Publicado por: Animais Comunitários UFPB

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